Insetos









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Como ler uma infocaixa de taxonomiaInsetos

Ocorrência: 396–0 Ma

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Devoniano - Recente




Diferentes tipos de insetos.
Diferentes tipos de insetos.


Classificação científica



























Domínio:

Eukaryota


Reino:

Animalia


Superfilo:

Protostomia


Filo:

Arthropoda


Subfilo:

Hexapoda


Classe:

Insecta
Linnaeus, 1758

Ordens

Archaeognatha

Zygentoma

Ephemeroptera

Odonata

Thysanura

Plecoptera

Embioptera

Orthoptera

Phasmatodea

Mantophasmatodea

Grylloblattodea

Dermaptera

Zoraptera

Isoptera

Mantodea

Blattodea

Hemiptera

Thysanoptera

Psocoptera

Phthiraptera

Coleoptera

Neuroptera

Megaloptera

Raphidioptera

Hymenoptera

Trichoptera

Lepidoptera

Mecoptera

Siphonaptera

Diptera

Strepsiptera































Os insetos (AO 1945: insectos)[1] são invertebrados com exoesqueleto quitinoso, corpo dividido em três tagmas (cabeça, tórax e abdómen), três pares de patas articuladas, olhos compostos e duas antenas. Seu nome vem do latim insectum. Pertencem à Superclasse Hexapoda e classe Insecta e compõem o maior e mais largamente distribuído grupo de animais do filo Arthropoda e, consequentemente, dentre todos os animais.[2] A ciência que se dedica a estudar os insetos é conhecida como Entomologia.[3]


Os insetos são o grupo de animais mais diversificado existente na Terra. Embora não haja um consenso entre os entomologistas, estima-se que existam de 5 a 30 milhões de espécies viventes de insetos[4][5] das quais cerca de 1 milhão destas espécies já foram catalogadas.[6][7] Os insectos podem ser encontrados em quase todos os ecossistemas do planeta, mas só um pequeno número de espécies se adaptaram à vida em ambientes nos oceanos. Existem cerca de 30 ordens formais de insetos, dependendo do sistema de classificação adotado [2][4]. Focando nas ordens mais comuns e diversas, no momento existem registros de aproximadamente 6 mil espécies de Odonata (Libélulas), 24 mil de Orthoptera (gafanhotos, esperanças e grilos), 158 mil de Lepidópteros (borboletas e mariposas), 156 mil de Dípteros (moscas e mosquitos), 104 mil de Hemipteros (percevejos, cigarras e afídeos), 387 mil de coleópteros (besouros) e 117 mil de Hymenópteros (abelhas, vespas e formigas)[7].


Outros grupos menores com anatomia semelhante, como os colêmbolos, Protura, e Diplura, são agrupados com os insectos no grupo Hexapoda[8]. Os verdadeiros insectos distinguem-se dos outros artrópodes por serem ectognatas, ou seja, por terem as peças bucais externas, e por apresentarem onze segmentos abdominais, e, principalmente, pela presença do Órgão de Johnston. Diferindo da nomenclatura acadêmica, diversos outros artrópodes terrestres, tais como as centopéias, piolhos-de-cobra, tatuzinhos, escorpiões, e aranhas, são chamados de insectos pelo público leigo[9].




Índice






  • 1 Morfologia externa


    • 1.1 Exoesqueleto


    • 1.2 Cabeça


      • 1.2.1 Olhos


      • 1.2.2 Antenas


      • 1.2.3 Peças bucais




    • 1.3 Tórax


      • 1.3.1 Patas (ou pernas)


      • 1.3.2 Asas




    • 1.4 Abdome




  • 2 Morfologia interna


    • 2.1 Sistema digestório


    • 2.2 Sistema respiratório


    • 2.3 Sistema circulatório


    • 2.4 Sistema excretório


    • 2.5 Sistema nervoso




  • 3 Reprodução


  • 4 Metamorfose


    • 4.1 Metamorfose completa


    • 4.2 Metamorfose incompleta




  • 5 Biologia


  • 6 O papel dos insetos no meio ambiente e na sociedade humana


  • 7 Taxonomia


    • 7.1 Subclasse Apterygota


    • 7.2 Subclasse Pterygota




  • 8 Referências


  • 9 Bibliografia


  • 10 Ligações externas




Morfologia externa


Animais relativamente pequenos, onde os menores insetos adultos medem cerca de 0.14 mm (Hymenoptera: Myrmaridae) e os mais longos medem cerca de 62 cm (Mantophasmatodea: Phasmatidae). O corpo dos insetos é dividido em três regiões principais (denominadas tagmas): cabeça, tórax e abdome, recobertas por um exoesqueleto. Possuem um par de antenas e três pares de pernas, e a maioria dos insetos possui asas.


Exoesqueleto




Exoesqueleto de uma Cigarra.


O exoesqueleto é uma carapaça que recobre quase todo o corpo dos insetos, semelhante ao que se observa nos demais artrópodes. Esta estrutura fornece sustentação e proteção mecanica e química ao corpo dos insetos. Forma-se por meio de uma cutícula secretada por uma monocamada interna de células epiteliais, resultando em uma sucessão de camadas distintas[10]. Desta forma, as principais camadas de dentro para fora são: a membrana basal, a epiderme e a cutícula. A cutícula é formada por secreções acelulares geralmente contendo as seguintes substâncias principais: quitina, artropodina, esclerotina, melanina, e ceras. Subdivide-se em procutícula (esta englobando endocutícula e exocutícula) e a epicutícula (esta englobando a epicutícula inferior, superior, e a camada superficial). Esta camada superior chamada de epicutícula é a mais fina e a principal responsável pela proteção contra a perda superficial de água[10], e também a camada mais frágil por ser menos flexível. A principal camada fornecendo suporte mecanico ao exoesqueleto é a mais grossa procutícula, sendo composta principalmente de quitina ligada a proteínas estruturais. O componente mais resistente resulta da esclerotização química da camada quitinosa na subcamada exocutícula, chamado de esclerotina, que apoia os músculos esqueléticos através de prolongamentos internos formando um endoesqueleto de sustentação.



Cabeça




Cabeça de uma formiga


A cabeça é o tagma anterior do corpo dos Hexapoda, em forma de cápsula, que contém os olhos, antenas e as peças bucais. Evolutivamente é resultante da fusão de seis segmentos, onde os respectivos apêndices permitiram a especialização das pecas bucais e sensoriais. Ordenados de anterior ao posterior, estes segmentos se apresentam como (i) labral; (ii) antenal; (iii) pós-antenal (fundido com o segmento antenal); (iv) mandibular; (v) maxilar; (vi) labial[10]. Desta forma, as estruturas da cabeça variam consideravelmente entre os diferentes insetos, permitindo uma grande capacidade adaptativa a diversos modos de vida. A natureza segmentar da cabeça dos insetos se faz evidente por suturas visiveis e respectivos segmentos (escleritos), que variam em morfologia entre os diferentes grupos. Dentre as suturas mais marcantes, destacam-se as linhas de ecdise, como a sutura epicraniana em forma de um "Y" invertido na fronte e que se estende até atrás da cabeça. A parte dorsal da sutura epicraniana é chamada de sutura coronal (a base do Y) e as bifurcações são as suturas frontais (os braços do Y).


A cabeça dos insetos também pode ser considerada como subdividida entre uma porção pré-oral (procephalon) e uma porção pós-oral (gnathocephalon) [11]. A porção pré-oral apresentando os olhos compostos, ocelos, antenas e áreas faciais, incluindo o clípeo e, provavelmente o labro. A porção pós-oral apresentando as mandíbulas, as maxilas e os lábios. Internamente, o exoesqueleto da cápsula cefálica dos insetos se invagina para formar os braços do tentório que servem como pontos de ligação muscular, principalmente das articulações basais das mandibulas.




Olhos compostos de uma mosca.


Olhos


A maioria dos insetos têm um par de olhos compostos relativamente grandes, localizados dorso-lateralmente na cabeça. Chama-se de olho composto pois é formado de subunidade funcionais: cada olho composto está dividido em um certo número de áreas externamente circulares ou hexagonais chamadas de omatídeos. Cada omatídeo é única unidade visual com uma "lente". Além dos olhos compostos, a maioria dos insetos possui olhos simples ou ocelos, geralmente três, localizados na região superior (vértex) da cabeça entre os olhos compostos. Existem insetos sem olhos (geralmente subterrâneos, exemplos de formigas e cupins), assim como existem insetos com olhos compostos contendo milhares de omatídeos (>30 mil em algumas libélulas).


Antenas


São apêndices móveis multiarticulados. Geralmente se apresentam evidentes nos insetos adultos, mas podem estar reduzidas ou ausentes nas larvas. São formadas por três partes: escapo, pedicelo e flagelo, sendo que as duas primeiras são únicas e uniarticuladas, enquanto que a terceira compreende um número variável de antenômeros. A base do pedicelo alberga o Órgão de Johnston, que capta movimentos e vibrações relativas ao restante da antena. Característica destes animais, as antenas tem fundamental papel sensorial, desempenhando várias funções, diretamente ligadas a inúmeras sensilas (pelos sensoriais) que nestas se apresentam. Por exemplo, abundantes sensilas tácteis nos antenômeros garantem um papel como órgão táctil, uma quantidade de quimioreceptores (poros microscópicos) garantem função olfativa, e até receptores de umidade e temperatura. Alguns grupos de insetos apresentam funções mais especializadas para antenas, incluindo audição[12][13] pelo órgão de Johnston, e auxílio para o cortejo sexual e fixação durante a cópula. Por serem fundamentais para a biologia dos insetos, há uma infinidade de variações morfológicas e funcionais dentre as antenas dos diferentes grupos.



Peças bucais




Peças bucais de algumas ordens: A - ortópteros, B - Himenópteros, C - lepidópteros e D - dípteros


São apêndices móveis que se articulam na parte inferior da cabeça, destinadas à alimentação. As peças bucais são as seguintes:




  • Labro (lr): é um esclerito ímpar de forma variável com movimentos reduzidos (apenas para cima e para baixo); é o "céu" da boca e se articula com o clípeo. Em sua parte ventral ou interna está localizada a epifaringe, que não é uma peça livre, pois está levemente esclerotisada; sua função é gustativa.


  • Mandíbulas (md): são duas peças simples, dispostas lateralmente abaixo do labro, articuladas, resistentes e esclerotisadas. Sua função é mastigar, triturar ou dilacerar os alimentos. Em alguns insetos adultos podem faltar sendo totalmente ausentes ou vestigiais na maioria dos lepidópteros e efemerópteros.


  • Maxila (mx): em número par, estão situadas atrás das mandíbulas. Articuladas na parte lateral inferior da cabeça, são peças auxiliares durante a alimentação. Possuem um palpo maxilar cada uma.


  • Lábio (lb): é uma estrutura ímpar resultado da fusão de dois apêndices, situada abaixo das maxilas e que representa a parte inferior da boca; apresenta dois pequenos palpos labiales.



Tórax




Tórax de um himenóptero.


O tórax é a segunda região, ou tagma, do corpo dos insetos, especializado em funções locomotoras. Desta forma, porta as patas e asas de insetos que as possuem, apresenta um exoesqueleto mais complexo, e associa a maioria dos músculos do corpo. O tórax é formado por três segmentos, denominados protórax, mesotórax e metatórax, mas que podem receber nomes especiais de acordo com particularidades de diferentes grupos. Nos segmentos torácicos diferentes grupos de escleritos se mostram bastante evidentes, com nomes especiais. Denominam-se de notos, pleuras, esternos os segmentos dorsais, laterais, e ventrais, respectivamente. O nome de cada segmento forma-se usando estes como sufixos de acordo com a região em que se encontram, como por exemplo pronoto definindo o esclerito dorsal do primeiro segmento, mesonoto para o segundo, e assim por diante.


Na maioria dos insetos com asas, o protórax é mais móvel e porta um par de patas, enquanto que os dois segmentos seguintes (meso- e metatórax) costumam estar mais rigidamente associados em um "pterotórax", assim denominado por portarem cada um um par de asas além de um par de pernas. Também no pterotórax normalmente existem aberturas laterais para trocas gasosas, denominadas de espiráculos, havendo um par por segmento. Os espiráculos em insetos são as aberturas externas do sistema traqueal. Cada segmento do pterotórax dos insetos alados costuma apresentar suturas demarcando subdivisões estruturais, que permitem especializações e suportam inserções esqueléticas usadas na locomoção. Estas subdivisões de cada tergito levam nomes específicos, e são bastante usadas na taxonomia e estudos da morfologia funcional dos insetos alados (Pterygota).



Patas (ou pernas)


As patas dos insetos sempre se encontram localizadas no tórax. Cada pata é formada por cinco segmentos: coxa, trocânter, fêmur, tíbia e tarso, onde os tarsos se subseccionam em artículos chamados de tarsômeros. Os diferentes segmentos das patas dos insetos podem apresentar especializações e estruturas diretamente ligadas aos seus modos de vida. As estruturas associadas mais comuns são pelos e espinhos (rijos ou móveis) associados à tíbia e/ou fêmur, esporões, e estruturas de fixação nos tarsos, como os pulvilios, a garra tarsal e o arólio.


Asas




Asas de um coleóptero.


Quase todos insetos possuem asas. Nas espécies viventes, estas asas partem do segundo e terceiro subsegmentos do thorax (conhecidos em conjunto como "pterotórax"), onde a maioria dos grupos de insetos tem dois pares de asas, enquanto que alguns grupos, como os dípteros, tem apenas dois. As asas dos insetos são prolongamentos móveis externos do exoesqueleto localizados dorso-lateralmete nestes segmentos, entre os notos e as pleuras.


As asas dos insetos apresentam grande variação em tamanho, formato, textura, nervação e nas formas com que são movimentadas e mantidas em repouso. Na maioria dos insetos as asas são membranosas e podem conter pequenos pelos ou escamas; em alguns insetos as asas anteriores são mais grossas, de textura coriácea ou dura. Exemplos de asas anteriores endurecidas sao conhecidos como os élitros, típicos dos besouros (coleópteros). As asas anteriores dos percevejos são mais grossas na base, sendo assim chamadas de Hemiélitros. Os insetos ortópteros e as baratas possuem as asas anteriores mais estreitas que as posteriores, e com a consistência de um pergaminho, sendo assim chamadas de tégminas. Tais exemplos de asas anteriores modificadas, como os élitros, hemiélitros e tégminas, servem de proteção para o segundo par de asas, membranosas, usadas para voar. Normalmente estas asas mais endurecidas, quando em repouso também recobrem e protegem o abdome.




Abdome de um himenóptero.


Abdome


O abdome dos insetos possui geralmente 12 segmentos, mas o último se apresenta muito reduzido, de modo que o número de segmentos aparente raramente excede dez. Os segmentos genitais podem conter estruturas associadas com as aberturas externas dos condutos genitais, no macho estas estruturas se relacionam com a cópula e a transferência de esperma na fêmea; enquanto que nestas, estão relacionados com a oviposição.


Morfologia interna




Anatomia de um insecto A- Cabeça   B- tórax   C- Abdome
1. antena 2. ocelo (inferior) 3. ocelo (xanerior) 4. olho composto 5. cérebro (gânglios cerebrais) 6. protórax 7. artéria dorsal 8. tubos traqueais e espiráculos 9. mesotórax 10. metatórax 11. asa (1ª) 12. asa (2ª) 13. intestino médio (mesêntero) 14. coração 15. ovário 16. intestino posterior (proctodeo) 17. ânus 18. vagina 19. gânglios abdominais 20. túbulos de Malpighi 21. tarsômero 22. garras tarsais 23. tarso 24. tíbia 25. fémur 26. trocanter 27. intestino anterior (estomodeo) 28. gânglios torácicos 29. coxa 30. glândula salivar 31. gânglio sub-esofágico 32. peças bucais.




Sistema digestório


O sistema digestivo dos insetos é um tubo dorsal que se estende desde a boca até o ânus. Se divide em três regiões: o estomodeu, o mesêntero e o proctodeu, separadas por válvulas e esfíncteres que regulam a passagem do alimento. Estas regiões se subdividem em trechos especializados, permitindo adaptações aos diferentes modos de vida. Desta maneira, o estomodeu, ou intestino anterior, compreende: cavidade pré-oral, faringe, esôfago, papo (ou moela), e pró-ventriculo. O mesêntero, ou intestino médio, compreende: cecos gástricos, ventrículo e os túbulos de Malpighi. E finalmente o proctodeu, ou intestino posterior, inclui o íleo, o cólon e o reto, que se abre no ânus (também chamado de cloaca em insetos). Ao longo do sistema digestório uma série de secreções enzimáticas se apresentam para auxiliar na digestão. As principais estruturas secretores incluem as glândulas salivares da cavidade pré-oral e diversas porções de epitélio secretor do ventrículo. Os insetos também tem microorganismos associados ao sistema digestório que participam da digestão de alimentos e nutrição do animal; estes geralmente se concentram no epitélio do mesêntero e nos cecos gástricos.



Sistema respiratório


O sistema respiratório, ou melhor definido como sistema de trocas gasosas, nos insetos é composto por uma série de tubos vazios chamados de traqueias, logo recebeu o nome de sistema traqueal. Os gases da respiração circulam através destes tubos por difusão simples. As tráqueas se abrem ao exterior através dos estigmas ou espiráculos, em princípio um par em cada segmento corporal; logo vão reduzindo progressivamente seu diâmetro até converter-se em traquéolas, que penetram nos tecidos e levam oxigênio às células. Na respiração traqueal, o transporte de gases respiratórios é totalmente independente do Sistema circulatório, pois o fluido circulatório (hemolinfa) não armazena oxigênio.



Sistema circulatório


O sistema circulatório, como nos demais artrópodes, a circulação é aberta, e nos insetos está simplificada. O líquido circulatório é a hemolinfa que preenche a cavidade geral do corpo, que por esta razão se denomina hemocele, que está subdividida em três seios: o pericárdio, o perivisceral e o perineural. O coração situa-se na posição dorsal do abdome dentro do seio pericárdio; tem uma válvula em cada metâmero que delimita vários compartimentos ou ventrículos, cada um deles com um par de orifícios ou ostíolos, por qual penetra a hemolinfa quando o coração se dilata (diástole). O coração se prolonga adiante na artéria aorta por qual sai a hemolinfa quando o coração se contrai (sístole); só ramifica-se para distribuir a hemolinfa na região cefálica. Pode existir órgãos pulsáteis acessórios em diferentes partes do corpo, que atuam como corações acessórios que assegura a chegada da hemolinfa aos pontos mais distais (antenas, patas etc.).



Sistema excretório


O sistema excretor dos insetos está constituído pelos tubos de malpighi. São tubos que flutuam no hemocele, de onde captam os produtos residuais e desembocam na parte final do tubo digestivo, onde são evacuados e eliminados com as fezes. São capazes de reabsorver água e eletrólitos, que desempenha um papel importante no equilíbrio hídrico e osmótico. Seu número oscila entre quatro à mais de cem. Os insetos são uricotélicos, ou seja, excretam principalmente ácido úrico. Excepcionalmente, os tubos de Malpighi se modificam em glândulas produtoras de seda ou órgãos produtores de luz. Alguns insetos possui órgãos excretores adicionais e independentes do tubo digestivo, como as glândulas labiais ou maxilares, e os rins de acumulação (corpos pericárdicos, nefrócitos dispersos pelo hemocele, oenócitos epidérmicos e células do urato).


Sistema nervoso


O sistema nervoso consta do cérebro e de uma cadeia ventral de nervos. O cérebro está na cabeça, se subdivide em protocérebro, deutocérebro e tritocérebro e nos gânglios subesofágico. Todos estão conectados por terminações nervosas. A cadeia nervosa é como uma escada de cordas com pares de gânglios que correspondem a cada segmento do corpo do inseto. Além disso, há órgãos sensoriais: antenas para o olfato, olhos compostos e simples, órgãos auditivos, mecânorreceptores, quimiorreceptores etc.



Reprodução




Um casal de moscas (Dípteros) realizando a sua cópula em pleno voo.


A grande maioria dos insetos nascem a partir de ovos depositados por sua genitora em locais propícios ao seu desenvolvimento (como em plantas) — o que os classifica como sendo ovíparos.[14] Entretanto, existem casos em que certas espécies de insetos (como a barata Blatella germanica) nascem imediatamente após a postura dos ovos, o que classifica a tais como sendo ovovivíparos.[15] Também existem algumas espécies que são consideradas vivíparas, como é frequente nos pulgões, onde os insetos recém-nascidos saem dos ovos ainda dentro do corpo da mãe.[16] Em certas espécies de vespas parasitas, identifica-se o fenômeno da poliembrionia, onde um único óvulo fertilizado se divide em muitos, em alguns casos, até mesmo milhares de embriões distintos.[17]


Outras variações de reprodução e desenvolvimento nos insetos podem ser: haplodiploidia, polimorfismo, pedomorfose, dimorfismo sexual, partenogênese e, mais raramente hermafroditismo. Em haplodiploidia, que é um tipo de determinação do sexo num sistema, o sexo da prole é determinado pelo número de conjuntos de cromossomos que um indivíduo recebe. Este sistema peculiar é típico nos Himenópteros (abelhas, formigas e vespas).[18]


Metamorfose



Ver artigo principal: Metamorfose

A metamorfose nos insetos é um processo biológico de desenvolvimento pela qual as espécies crescem e mudam de forma. Existem duas formas básicas de metamorfose: a metamorfose completa e a metamorfose incompleta.[19]


Metamorfose completa



Ver artigo principal: Holometábolo

A maioria dos insetos grandes têm um ciclo de vida típico que se inicia num ovo, que origina uma larva que se alimenta, ocasionando ecdises (ou trocas de pele) onde cresce, transformando-se em pupa (ou casulo) e em seguida, surge como um inseto adulto que se parece muito diferente da larva original. Esses insetos são frequentemente chamados de Holometábolos, o que significa que passam por uma completa(holo = total) mudança (metábolos = mudança). Estes incluem os Himenópteros, os Coleópteros, os Dípteros, etc.[19]


Metamorfose incompleta



Ver artigo principal: Hemimetábolo

Aqueles insetos que nos estágios imaturos têm formas semelhantes aos adultos (com exceção das asas) são chamados de Hemimetábolos, significando que eles sofrem uma mudança parcial ou simplesmente incompleta (hemi = parcial). Durante a fase em que tais insetos ainda não atingiram a sua maturidade, recebem o nome de ninfas. São representantes deste tipo de matmorfose: os Himípteros, os Blatódeos, as Odonatas, etc.[19]





Fotografias do processo de metamorfose incompleta de uma libélula.



Biologia


Os insetos foram o único grupo de invertebrados que desenvolveu a capacidade de voar, o que teve um importante fundamental no seu sucesso ecológico. A impressionante capacidade de dispersão destes animais os permitiu colonizar os mais diversos habitats ao longo de sua história evolutiva.


Muitos insetos possuem órgãos dos sentidos muito refinados; por exemplo, as abelhas podem ver a luz ultravioleta e os machos das falenas têm um forte olfacto que lhes permite detectar as feromonas de fêmeas a quilómetros de distância.


Os insetos jovens, depois de saírem dos ovos, sofrem uma série de mudas ou ecdises a fim de poderem crescer – uma vez que o exosqueleto não lhes permite crescer sem o mudarem. Nas espécies que apresentam metamorfose incompleta, os juvenis, chamados ninfas, não possuem asas, e são basicamente iguais aos adultos na forma do corpo; na metamorfose completa, característica dos Endopterigota, a eclosão do ovo produz uma larva, geralmente em forma de verme (a lagarta) que, depois de crescer, se transforma numa pupa que, muitas vezes, se encerra num casulo, ou numa crisálida, que muda consideravelmente de forma, antes de emergir como adulto.


Em alguns insetos, o voo depende muito da turbulência atmosférica, mas nos mais “primitivos” está baseado em músculos que fazem bater as asas. Em outras espécies mais “avançadas”, do grupo Neoptera, as asas podem ser dobradas sobre o dorso, e quando em uso são acionadas por uma ação indireta de músculos que atuam sobre a parede do tórax. Estes músculos contraem-se quando se encontram distendidos, sem necessitarem de impulsos nervosos, permitindo ao animal bater as asas muito mais rapidamente.


Algumas espécies de insetos, como as formigas e as abelhas, vivem em sociedades tão bem organizadas que são por vezes consideradas superorganismos.


O papel dos insetos no meio ambiente e na sociedade humana



Ver artigo principal: Insetos na sociedade






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Muitos insetos são considerados daninhos porque transmitem doenças (mosquitos, moscas), danificam construções (térmitas) ou destroem colheitas (gafanhotos, gorgulhos) e muitos entomologistas econômistas ou agrônomos se preocupam com várias formas de lutar contra eles, por vezes usando insecticidas mas, cada vez mais, investigando métodos de biocontrole.





Borboleta visitando uma flor.


Apesar destes insetos prejudiciais terem mais atenção, a maioria das espécies é benéfica para o homem ou para o meio ambiente. Muitos ajudam na polinização das plantas (como as vespas, abelhas e borboletas) e evoluíram em conjunto com elas – a polinização é uma espécie de simbiose que dá às plantas a capacidade de se reproduzirem com mais eficiência, enquanto que os polinizadores ficam com o néctar e pólen. De fato, o declínio das populações de insetos polinizadores constitui um sério problema ambiental e há muitas espécies de insetos que são criados para esse fim perto de campos agrícolas.


Alguns insetos também produzem substâncias úteis para o homem, como o mel, a cera, a laca e a seda. As abelhas e os bichos-da-seda têm sido criados pelo homem há milhares de anos e pode dizer-se que a seda afetou a história da humanidade, através do estabelecimento de relações entre a China e o resto do mundo. Em alguns lugares do mundo, os insetos são usados na alimentação humana, enquanto que noutros são considerados tabu.


As larvas da mosca doméstica eram usadas para tratar feridas gangrenadas, uma vez que elas apenas consomem carne morta e este tipo de tratamento está a ganhar terreno actualmente em muitos hospitais[carece de fontes?].


Além disso, muitos insetos, especialmente os escaravelhos, são detritívoros, alimentando-se de animais e plantas mortas, contribuindo assim para a remineralização dos produtos orgânicos. Também, há escaravelhos que se utilizam de excrementos na alimentação. Ao realizar o transporte e enterrio dos excrementos que se utilizam, acarretam a aceleração do processo de ciclagem dos nutrientes, além de promoverem a remoção e a reentrada de matéria orgânica no solo, consequentemente, melhoram a aeração do solo, tornando-o mais fértil.[20][21]


Embora a maior parte das pessoas não saiba, provavelmente a maior utilidade dos insetos é que muitos deles são insectívoros, ou seja, alimentam-se de outros insetos, ajudando a manter o seu equilíbrio na natureza. Para qualquer espécie de insecto daninha existe uma espécie de vespa que é, ou parasitoide ou predadora dela[carece de fontes?]. Por essa razão, o uso de inseticidas pode ter o efeito contrário ao desejado, uma vez que matam, não só os insetos que se pretendem eliminar, mas também os seus inimigos.


Taxonomia


Existem divergências entre os diversos autores a respeito da classificação dos Insetos. Portanto esta pode se apresentar ligeiramente diferente de acordo com a fonte consultada.


Subclasse Apterygota



  • Archaeognatha


  • Monura - extinta


  • Thysanura - traça (Br), lepisma (Pt)


  • Collembola - colêmbolos


  • Diplura - dipluros


  • Protura - proturos


Subclasse Pterygota




  • Infraclasse Palaeoptera


    • Palaeodictyoptera - extinta


    • Ephemeroptera (efémeras)


    • Odonata (libelinhas, libélula, donzelinha)




  • Infraclasse Neoptera


    • Superordem Orthopterodea


      • Blattodea (baratas)


      • Mantodea (louva-a-deus)


      • Isoptera (térmitas ou cupins)

      • Zoraptera

      • Grylloblattodea

      • Dermaptera

      • Plecoptera


      • Orthoptera (gafanhotos, grilos, esperanças, paquinhas)


      • Phasmatodea (bichos-pau, timemas)


      • Embioptera (embiídeos)

      • Mantophasmatodea




    • Superordem Hemipterodea

      • Psocoptera


      • Phthiraptera (piolhos)


      • Hemiptera (percevejos, cigarras, cochonilhas, pulgões, filoxeras, moscas-brancas)


      • Thysanoptera (trips ou tripes)




    • Superordem Endopterygota


      • Miomoptera - extinta

      • Megaloptera

      • Raphidioptera


      • Neuroptera (formiga-leão)


      • Coleoptera (besouros, escaravelhos, joaninhas, gorgulhos etc.)

      • Strepsiptera


      • Mecoptera (moscas-escorpião)


      • Siphonaptera (pulgas, bicho-de-pé)


      • Protodiptera extinta


      • Diptera (moscas e mosquitos)

      • Trichoptera


      • Lepidoptera (borboletas, mariposas)


      • Hymenoptera (formigas, abelhas, vespas etc.)







Referências




  1. Grafia de inseto após Acordo Ortográfico 1990


  2. ab Livro: "Biologia - Volume Único". Sônia Lopes, Sérgio Rosso, 2005. Capítulo 23: "Arthropoda e Echinodermata" abaixo do subtópico: "Classe Insecta", na página 328. Publicado pela editora Saraiva S.A.


  3. Página da "Fundação de Medicina Tropical". abaixo do artigo: "Entomologia Arquivado em 19 de abril de 2009, no Wayback Machine.". Acessado no dia 18 de Agosto de 2011.


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Bibliografia


  • VANIN, S. A. Filogenia e Classificação. In: RAFAEL, J. A. et al. Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. Ribeirão Preto: Holos, Editora, 2012. p. 81-110.


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  • Tree of Life Project– Insecta

  • Insect pictures -- from Webster's 1911

  • Site geral sobre os insetos

  • ESALQ Entomological Museum (USP Brazil - english/português)

  • Site sobre Insetos da University of British Columbia - em inglês

  • Insect Evolution - em inglês

  • Site da UFRRJ: Insetos do Brasil (Obra de Ângelo Moreira da Costa Lima, disponível em PDF)



























  • Portal da zoologia



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