Excentricidade orbital
Nota: Para outros significados de excentricidade, veja Excentricidade.
Excentricidade orbital é uma medida que representa o afastamento de uma órbita da forma circular. É normalmente representada por valores entre 0{displaystyle 0} e 1{displaystyle 1}, porém valores maiores que 1{displaystyle 1} são observados em algumas órbitas de cometas ou sondas espaciais.[1][2][3]
Índice
1 Graus de excentricidade
2 Sistema solar
3 História
4 Cálculo
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia
Graus de excentricidade |
Uma órbita perfeitamente circular, que tenha uma medida de raio igual em qualquer ponto da sua circunferência, terá uma excentricidade de valor zero. Números maiores que o zero indicam órbitas elípticas, parabólicas ou hiperbólicas:[3]
e=0{displaystyle e=0,!} | 0<e<1{displaystyle 0<e<1,!} | e=1{displaystyle e=1,!} | e>1{displaystyle e>1,!} |
---|---|---|---|
circular | elíptica | parabólica, radial | hiperbólica |
Sistema solar |
Os planetas do sistema solar têm órbitas elípticas:[3]
Planeta | Excentricidade |
---|---|
Mercúrio | 0,2056{displaystyle 0,2056} |
Vênus | 0,0068{displaystyle 0,0068} |
Terra | 0,0167{displaystyle 0,0167} |
Marte | 0,093{displaystyle 0,093} |
Júpiter | 0,048{displaystyle 0,048} |
Saturno | 0,056{displaystyle 0,056} |
Urano | 0,046{displaystyle 0,046} |
Netuno | 0,0097{displaystyle 0,0097} |
História |
Johanes Kepler (1571-1630), estudando resultados de observações efectuadas por Tycho Brahe, descobriu que as órbitas dos planetas do Sistema Solar não são circunferências perfeitas mas sim "ovais", forma que corresponde à elipse. Descobriu, também, que o sol ocupa uma posição excêntrica na elipse, ou seja, fica deslocado da posição central, num ponto chamado foco da elipse.[3]
O desenho da excentricidade das órbitas dos planetas do Sistema Solar aparece muitas vezes exagerada em manuais escolares ou obras de divulgação científica menos rigorosas.
Cálculo |
Em uma elipse (incluindo o caso particular do círculo) ou hipérbole, sendo:[3]
a{displaystyle a}: Semi-eixo maior da órbita
b{displaystyle b}: Semi-eixo menor da órbita
c{displaystyle c}: Distância de qualquer foco até o centro da cônica
e{displaystyle e}: Excentricidade
F{displaystyle F} e F{displaystyle F}': Focos (em uma órbita planetária o Sol ocupa um dos focos)
A excentricidade pode ser calculada por:
- e=ca{displaystyle e={frac {c}{a}}}
ou
- e=1−b2a2{displaystyle e={sqrt {1-{frac {b^{2}}{a^{2}}}}},}
O vetor da excentricidade é definido como um vetor que aponta no sentido foco-periastro, e tem módulo igual à excentricidade. Assim, sendo e{displaystyle mathbf {e} ,!} este vetor, temos:
- e=|e|{displaystyle e=left|mathbf {e} right|}
Para órbitas elípticas, ela também pode ser calculada através da distância entre o apoastro e o periastro:
- e=ra−rpra+rp{displaystyle e={{r_{a}-r_{p}} over {r_{a}+r_{p}}}}
- =1−2(ra/rp)+1{displaystyle =1-{frac {2}{(r_{a}/r_{p})+1}}}
Em que:
ra{displaystyle r_{a},!} é o raio no apoastro (o ponto mais distante da órbita em relação ao centro de massas, o foco da elipse.)
rp{displaystyle r_{p},!} é o raio do periastro (o ponto mais próximo.)
Ver também |
- Leis de Kepler
- Variação orbital
Referências
↑ O sistema solar: Características e Dinâmicas
↑ A excentricidade da Terra
↑ abcde Howard Anton, Irl C. Bivens, Stephen L. Davis, Calculo - Volume II - 8.ed. , Bookman, 2007 ISBN 8-577-80026-1
Bibliografia |
- John Grotzinger, Tom Jordan, Para Entender a Terra - 6.ed., Bookman Editora, 2013 ISBN 8-565-83782-3