William Miller
Nota: Se procura o atleta norte-americano, veja William Miller (atleta).
William Miller | |
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Nome completo | William Miller |
Nascimento | 15 de fevereiro de 1782 Pittsfied, Massachusetts Estados Unidos |
Morte | 20 de dezembro de 1849 (67 anos) Hampton, New York Estados Unidos |
Nacionalidade | norte-americano(a) |
Ocupação | Agricultor e pregador |
William Miller foi um fazendeiro, miliciano, líder local da comunidade de Low Hampton, Nova Iorque que se tornou um pregador que relatou sobre a iminente volta de Jesus Cristo baseando-se em sua hermenêutica idiossincrática do livro de Daniel a respeito da visão das 2300 tardes e manhãs,[1] profetizou a volta de Jesus Cristo para o ano de 1844.
Índice
1 Vida Inicial de Miller
2 Pesquisas bíblicas
3 Milenarismo
4 O Grande Desapontamento
5 Após o Grande Desapontamento
6 Reavaliações
7 Referências
Vida Inicial de Miller |
William Miller nasceu em Pittsfield, Massachusetts em 15 de Fevereiro de 1782. Casou com Lucy P.Smith em 1803, indo morar em Poultney, Vermont onde era agricultor.[2] Era o mais velho de dezesseis filhos. Teve pouca educação formal, aprendeu a ler com a mãe e frequentou a escola somente por dezoito meses.[3] Fora um leitor voraz dos poucos livros que a família possuía: um saltério, uma Bíblia e um livro de oração e esboçava poesia.[4] Seu pai fora um soldado da guerra revolucionária americana.
Na vida adulta, Miller embora sempre ligado ao campo, teve várias profissões e funções voluntárias, sendo alcaide, juiz de paz e xerife comissionado e militar. Recebeu o posto de tenente de milícia em 1810, passou a capitão voluntário, no começo da guerra entre os Estados Unidos e Reino Unido de 1812, e pouco mais tarde ingressou no exército regular, com o posto de primeiro-tenente.[5]
Profundamente envolvido em sua comunidade local, Miller tornou-se maçom, ocupando o cargo de grão-mestre na Loja Morning Star, No. 27.[6][7][8] Miller, entretanto, renunciaria sua afiliação à maçonaria em 1831, por achá-la incompatível com suas ideias evangelísticas.[9][10]
Pesquisas bíblicas |
Na sua juventude, cria na Bíblia e em outros livros como inspirados. Adotou, após o seu casamento, o deísmo. Serviu como voluntário na Guerra de 1812, terminando como capitão em 1815. Em 1816, após ter assistido em sua igreja batista a um comovente apelo de um pregador, se volta com ardor a estudar a Bíblia. Sua visão era de que a Bíblia, se fosse realmente a palavra de Deus, deveria explicar por si só suas aparentes contradições.[11]
Entre 1816 e 1818, estudou intensivamente o livro, usando apenas uma concordância bíblica de Cruden. Começou no Gênesis e não avançava um versículo se não o tivesse entendido. Um dia, deparou com o texto que deveria marcá-lo para o resto da vida: "até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" Daniel 8:14. Usando outros textos como Ezequiel 4:6 e 7 e outros mais, concluiu que as 2.300 tardes e manhãs representavam 2300 anos literais que teriam começado em 457 A.C e terminariam em 1844 d. C.
Milenarismo |
Desde 1818, Miller vinha reexaminando seus estudos, tendo cada vez mais a certeza de que estava correta sua interpretação bíblica. Em 1831, então com 50 anos, embora tímido e receoso, sentiu-se chamado para propagar suas interpretações. Começou a pregar a princípio nas fazendas, depois em vilas e, por fim, nas grandes cidades. Em 13 de novembro 1833, houve uma chuva de meteoros, algo que despertou na população suspeitas de que ele realmente estivesse falando a verdade.[carece de fontes] Em 1838, estudando o capítulo 8 e 9 do Apocalipse, chegou à conclusão de que exatamente em apenas dois anos, ou seja, 1840, o Império Otomano, influente e poderoso na época, seria desintegrado.
Um colega seu, pastor Josias Litch, escreveu essas conclusões num periódico em 1838. Em 11 de agosto de 1840, o Império Turco-Otomano passou por uma crise: apesar de não ter sido desintegrado como Miller previra, a grande potência do Oriente demonstrava, nitidamente, uma fraqueza política. Alguém da imprensa secular lembrou do periódico, e várias pessoas e líderes de diversas confissões religiosas da América aderiram ao movimento religioso que se chamou de Adventismo ou Millerismo, pois aguardavam a volta de Jesus para muito breve.
Miller nunca marcou um dia exato para a volta de Cristo, apenas o período que deveria acontecer; entre a primavera de 1843 e a primavera de 1844. Seus estudos das Escrituras nesse período levou-o a estabelecer outras crenças distintas. Suas interpretações principais eram:
- Cristo voltaria ao final dos 2300 anos de Daniel 8:14, de maneira pessoal e visível, nas nuvens dos céus.
- Os justos mortos ressuscitariam incorruptíveis e os justos vivos seriam transformados para a imortalidade, sendo ambos levados juntos para reinarem com Cristo nesta Terra renovada após os mil anos (I Tessalonicenses 4:16 e 17).
- Os santos seriam apresentados a Deus.
- A Terra seria destruída pelo fogo ao final dos mil anos (Apocalipse 20:9 e 10);
- Os ímpios vivos morreriam na vinda de Cristo e aguardariam na sepultura a sua ressurreição e condenação (Apocalipse 20:5).
- O único milênio ensinado na Bíblia eram os mil anos que se seguiriam à ressurreição dos justos por ocasião da Vinda de Jesus (Apocalipse 20:4 e 7).
O Grande Desapontamento |
Como isso não aconteceu, Miller e seus companheiros procuraram achar onde estava o erro. Um pastor, chamado Samuel Snow, sugeriu que Cristo viria, não na primavera, mas no outono daquele ano, exatamente no dia do juízo que acontecia no 10º dia do sétimo mês no calendário judaico rabinista, que naquele ano cairia no dia 22 de outubro de 1844. A purificação que era feita no santuário israelita, que era um antítipo do santuário celestial, acontecia neste dia; portanto, concluiu Snow, Cristo, o sumo sacerdote, também viria a este mundo buscar Seu povo. Esta data foi chamada o Dia do Grande Desapontamento.
“ | Passou. E no dia seguinte parecia que todos os demônios do abismo foram soltos. As mesmas pessoas e muitas mais que estavam clamando por misericórdia dois dias antes, misturavam-se agora com ralé, caçoando e ameaçando com blasfêmias | ” |
Após o Grande Desapontamento |
Após o Grande Desapontamento, apareceram alguns proponentes de outras datas e se disseminaram várias doutrinas. Em 29 de janeiro de 1845, Miller e seus adeptos foram expelidos da igreja batista.[13] Decididos que o movimento não deveria mais apoiar data alguma, em abril de 1845, Miller e Himes convocaram uma Conferência Mútua de Adventistas em Albany, Nova Iorque, na qual participaram 61 delegados do movimento.[14] Embora fosse redigida uma declaração de princípios comum, e afirmado o compromisso de realizar a conferência anualmente, sob o nome de Conferência Geral dos Crentes do Segundo Advento, nessa ocasião revelou-se que o movimento já estava dividido.[15] Tal divisão dava-se principalmente pela questão da doutrina da porta da salvação se fechar aos que não esperaram Jesus Cristo em 1844.[16]
Enfermo, Miller retornou à sua fazenda em Low Hampton, Nova Iorque. Em 1848, Miller construiu uma capela em sua propriedade para o culto dos adventistas depois que ele e sua família foram expulsos de sua igreja batista local[17][18]
William Miller morreu em 20 de dezembro de 1849 convicto de suas interpretações estava certa.[19]
Reavaliações |
Hoje variadas denominações são resultantes da hermenêutica de William Miller. Para os adventistas do Sétimo Dia, Ellen White considerou que o evento de 1844 se tratava do juízo investigativo, ao qual, Jesus entrou no santuário celestial para purificar,[20][21][22][23][24] resultando nos movimentos millerita e adventista.</ref> . Já os Baha'is consideram a profecia de Miller como acurada, mas referente à emergência do movimento Baha'i.[25]
Referências
↑ STARK, Rodney; BAINBRIDGE. The Future of Religion: Secularization, Revival, and Cult Formation. University of California Press, Berkeley: 1985.p 40
↑ |ADVENTIST HERITAGE MINISTRY. The Miller farm
↑ |ADVENTIST HERITAGE MINISTRY. The Miller farm
↑ White, James. Sketches of the Christian Life and Public Labors of William Miller. Steam Press of the Seventh-Day Adventist Publishing Association, 1875
↑ Everett Dick, Fundadores da Mensagem, p. 17
↑ Bliss 1853, pp. 21--22.
↑ Organizada em Poultney antes de 1800" David L. Rowe's recent Miller biography God's Strange Work: William Miller and the End of the World
↑ David L. Rowe, God's Strange Work: William Miller and the End of the World (Eerdmans: 2008) gives extensive documentation of Miller's Masonic connections, noting that he attended a meeting as a youth on March 4, 1798; joined the Morning Star Lodge in Poultney and eventually rose to the rank of Grand Master. David L. Rowe, God's Strange Work: William Miller and the End of the World (Eerdmans: 2008), p27.
↑ William Miller letter dated September 10, 1831 quoted in David L. Rowe, God's Strange Work: William Miller and the End of the World (Eerdmans: 2008), p94.
↑ God's Strange Work: William Miller and the End of the World William Miller letter dated April 10, 1833 quoted in David L. Rowe, God's Strange Work: William Miller and the End of the World (Eerdmans: 2008), p94.
↑ C. Mervyn Maxwell, História do Adventismo (Santo Andre, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1982), p. 9-14
↑ Carta escrita a mão, 13 de dezembro de 1844, como citada em Paul A. Gordon, Herald of The Midnight Cry: William Miller and the 1844 Movement (Boise, ID: Pacific Press, 1990), p. 103, conforme referência de artigo de Joan Francis publicado em Joan Francis. «Guilherme Miller: o Homem Atrás da História de 1844». Consultado em 17 de novembro de 2011
↑ MILLER, Guilherme. Carta ao Irmão Parsons. Low Hampton, 27 de Abril de 1846
↑ BLISS, S. Memoirs of William Miller
↑ CROSS, Whitney R. The Burned Over District, A Social and Intellectual History of Enthusiastic Religion in Western New York, 1800-1850 . Ithaca, New York: 1950
↑ CROSS, Whitney R. The Burned Over District, A Social and Intellectual History of Enthusiastic Religion in Western New York, 1800-1850 . Ithaca, New York: 1950
↑ BAN, Martha Aastrup. Adventist Heritage:
Where It All Began. SDA -Atlantic Union Conference Teacher Bulletin,s.d.
↑ BARKUN, Michael. Crucible of the Millennium: Burned-Over District of New York in the 1840s. Syracuse University Press, 1986. p.3
↑ BARKUN, Michael. Crucible of the Millennium: Burned-Over District of New York in the 1840s. Syracuse University Press, 1986. p.3
↑ O livro amargo, CPB, pág. 107, Apêndice 2
↑ Paixão Netto, João; Machado, Alda da Anunciação, et al. "Adventistas" em Lexicon - dicionário teológico enciclopédico. Edições Loyola, 2003 p.6
↑ BUTLER, Jonathan(1986). From Millerism to Seventh-day Adventism: “Boundlessness to Consolidation”. Church History: Studies in Christianity and Culture, 55, pp 50-64.
↑ ADVENTIST NEWS NETWORK. God's timing isn't for us to know, Adventist leaders say, 2011
↑ | MAXWELL, C. Mervyn. "Tell it to the world" in THE JOURNAL OF ADVENTIST EDUCATION, 1981
↑ Martin, Douglas (1978). «Missionary as Historian: William Miller and the Baha'i Faith, a review of Miller's 'The Baha'i Faith: Its History and Teachings'». Baha'i Studies. 40 (3)
- Bliss, Sylvester. Memoirs of William Miller. Boston: Joshua V. Himes, 1853.
- Obras publicadas de William Miller
Views of the Prophecies and Prophetic Chronology, Selected from Manuscripts of William Miller with a Memoir of His Life - (1841).
Evidence from Scripture and History of the Second Coming of Christ, About the Year 1843; Exhibited in a Course of Lectures (1842).
Dissertations On the True Inheritance of the Saints, and the Twelve Hundred and Sixty Days of Daniel and John; With an Address To the Conference of Believers In the Advent Near - (1842).