Susa
Nota: Para outros significados, veja Susa (desambiguação).
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Cidade | ||
O Túmulo de Daniel em Susa, Irão | ||
Susa | ||
Coordenadas |
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Património Mundial da UNESCO | ||||
Túmulo de Daniel em Susa | ||||
País | Irão | |||
Tipo | Cultural | |||
Critérios | (i), (ii), (iii), (iv) | |||
Referência | 1455 en fr es | |||
Região** | Ásia e Oceania | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 2015 (39.ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. ** Região, segundo a classificação pela UNESCO. |
Susa (ou Šuša) era uma antiga cidade do Oriente Próximo, capital do Elam e que fez também parte dos impérios babilónio, persa e parta, localizada cerca de 250 km a oriente do rio Tigre, no que é hoje o sudoeste do Irão. É actualmente um grande campo arqueológico, e uma cidade com o seu antigo nome (Shush) situa-se nas proximidades.
O sítio arqueológico de Susa fica nas imediações da atual cidade a que deu nome. As escavações no local puseram a descoberto ruínas de edifícios administrativos, palácios e casas de habitação e mostram uma fixação humana contínua desde o final do 5.º milénio a.C.. Centro da cultura elamita a partir do segundo milénio a.C., Susa integrou sucessivamente os impérios babilónio, aquemênida, selêucida, parta e sassânida.[1]
História |
Susa foi fundada por volta de 4 000 a.C.. Esteve sob controlo político sumério e depois elamita. As escavações mostraram nos níveis iniciais uma cerâmica diferente da da Suméria e nos níveis seguintes uma cerâmica idêntica (especialmente do período de Uruk). A influência proto-elamita está presente desde finais do quarto milénio (antes de 3 000 a.C.); as inscrições proto-elamitas (que não puderam ser decifradas) foram usadas até cerca de 2 900 a.C.
Depois de 2 500 a.C. esteve sob influência de Awan, reino que se formara no sudoeste e sul, e que era de cultura elamita, diferente da cultura suméria. Conquistado Awan por Sargão I da Acádia por volta de 2 330 a.C., Susa vê nela estabelecer-se um governador. Em 2 221 a.C. Awan recuperou a independência em relação a Acádia. Neste tempo Awan anexou a região de Susa (Susiana) quando Puzur-Inaunainak de Awan conquistou Susa por volta de 2 200 a.C. Os elamitas invadiram o nordeste da Mesopotâmia nessa altura e provocaram o movimento dos gútios para a Acádia.
Puzur-Inauainak deixou diversos documentos com o seu nome em Susa, alguns em acádio e outros na escrita elamita linear, da qual só se conseguiu decifrar algumas assinaturas e que provavelmente derivam do proto-elamita.
Urnammu de Ur enfrentou os reinos elamitas e o seu sucessor Shulgi (r. 2 094–2 046 a.C.), derrotou-os em Susiana e colocou-os sob dependência de Ur como unha província con capital na cidade de Susa. Permaneceu nas mãos da terceira dinastia de Ur até à queda desta em 2 004 a.C. Um dos reinos elamitas vassalos, Simash ou Simashki, dirigiu a recuperação nacional e em 2 003 a.C. derrotou Ur, cujo rei, Ibisin ou Ibbisin, foi feito prisioneiro e trasladado para Ansam (outro reino elamita, onde a dinastia de Shimashki se impusera), onde morreria. Susa rebelou-se contra Ur e declarou-se independente por volta de 2 004 a.C., aliando-se a Simash, mas finalmente Susiana incorporou-se no reino e estabeleceu-se Susa como capital principal do país. Um príncipe, normalmente o herdeiro, usou o título de "sukkal de Susa" (rei de Susa, possivelmente título de origem religiosa); é possível que o governo fosse exercido pelos príncipes no verão, quando o rei deixava Susa, muito quente, para ficar na meseta, de clima mais moderado. Susa foi a capital de Elam ou, pelo menos, uma das cidades principais nos séculos que se seguiriam.
Cerca de 1 900 a.C., Larsa dirigiu expedições contra o reino até à região de Ansam. Porém, os reis elamitas conservaram Ansam sob seu domínio e em geral todos os seus territórios. Elam chegou à sua máxima expansão com o rei Siwe-palar-huppak, que será aliado (apesar de se chamar soberano e não aliado) de Hamurabi da Babilónia (r. 1 792–1 750 a,C,), e de Zimrilim de Mari. Esta aliança combateu contra Ecnuna, mas depois Mari e Babilónia mudaram a aliança e enfrentaram Elam, que desapareceu temporariamente, pelo menos como estado unificado.
A partir de 1 455 a.C. o reino de Ansam volta a unir-se ao reino de Susa e volta a constituir um poder considerável. Em 1 405 a.C. os babilónios estabelecem em Elam uma nova dinastia, o que inicia uma era de cooperação. Porém, depois de 1 250 a.C., uma mudança dinástica em Elam rompe o período de paz e cooperação. Os elamitas, na sua luta, chegam a Babilónia em 1 155 a.C. e instalam um rei da dinastia elamita. A influência elamita estende-se à Acádia e às cidades da zona e a Nipur. Nabucodonosor I, rei da Babilónia originário de Isin, expulsa os elamitas e devasta-lhes o país.
Elam desaparece e não se mencionam reis elamitas até ao final do século VII a.C., quando ajudaram a Babilónia contra a Assíria; os reinos elamitas seriam conquistados por causa disso pelo rei da Assíria Assurbanípal (r. 668–627 a,C,) que entra em Susa em 646 a.C.
Mas pouco depois o reino de Susa voltou a ser independente e menciona-se um rei em Ansam. Em 536 a.C., Susiana foi conquistada por Ciro II, o Grande, que fez prisioneira Panteia, mulher do rei Abradates, e o seu sucessor Dario I, o Grande fá-la-ia capital do Império Persa, até que a capital se mudaria para Persépolis.
Em 331 a.C., quando governava o sátrapa Abulites, Susa foi conquistada por Alexandre, o Grande e inicia uma decadência acelerada. O elamita deixou de se escrever no século IV a.C. mas continuar-se-ia a falar até ao século XIII d.C.
Referências
↑ publico.pt. «UNESCO soma 24 sítios à lista do património mundial». Consultado em 7 de maio de 2015