Ciclovia
Uma ciclovia (ou pista ciclável) é um espaço destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de ciclovia, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis:
tráfego compartilhado: não há nenhuma delimitação entre as faixas para automóveis ou bicicletas, a faixa é somente alargada de forma a permitir o trânsito de ambos os veículos.
ciclofaixa:é uma faixa das vias de tráfego, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si.
ciclovia: é segregada fisicamente do tráfego automóvel. Podem ser unidireccionais (um só sentido) ou bidireccionais (dois sentidos) e são regra geral adjacentes a vias de circulação automóvel ou em corredores verdes independentes da rede viária.
Índice
1 História
2 Segurança
2.1 Meio Urbano
2.2 Estradas (vias arteriais ou rurais)
3 Legislação
4 Estrutura cicloviárias em capitais do Brasil
5 Ver também
6 Referências
7 Ligações externas
História |
A prefeitura de Paris criou, em 1862, caminhos especiais nos parques para os velocípedes não se misturarem com as charretes e carroças, dando assim origem às primeiras ciclovias.
A construção de ciclovia massificou-se durante o programa de autobahns no Nacional Socialismo Alemão nos anos 1930 do século XX, com a intenção de retirar as bicicletas das rede viária, que impediam os automóveis, que começavam a ser produzidos pela indústria automóvel, de atingir as velocidades desejadas [carece de fontes].
Segurança |
Meio Urbano |
Dados e estudos em diversos países contrariam a crença de que ciclovias aumentam a segurança do ciclista no meio urbano. (Mas seria necessário comprovar através de outros dados e mais referências). Visto que, numa ciclovia, o ciclista está separado do fluxo de veículos, sua interação com outros motoristas e sua visibilidade são prejudicadas em cruzamentos.[1] No meio urbano, a maioria dos acidentes com ciclistas ocorre justamente em cruzamentos [2](enquanto colisões traseiras só são significativas em vias interurbanas ou arteriais) e isto é agravado quando se constrói ciclovias.
Nos EUA,[3] Reino Unido,[4] Alemanha, Suécia,[5] Dinamarca,[6] Canadá [7] e na Finlândia,[8] foi constatado que a instalação de ciclovias resultaram num aumento significativo, de até 12 vezes, na taxa de colisões entre carros e bicicletas por quilômetro pedalado.
Em Helsinki, pesquisas têm mostrado que os ciclistas tem mais segurança pedalando nas ruas compartilhando o tráfego com outros veículos do que quando usam os 800 km de ciclovias da cidade.[9] A polícia e o senado de Berlin conduziram estudos que levaram a uma conclusão similar nos anos 1980.[10] Em Berlin, apenas 10% das vias têm ciclovias, mas as ciclovias produzem 75% das mortes e demais acidentes de ciclistas.[11] Ciclofaixas são menos perigosas do que ciclovias, mas mesmo aos exemplos melhor implementados foram associados um aumento de 10% de acidentes.
Apesar dos resultados acima, algumas pesquisas de Copenhague[12] também mostram que apesar do número absoluto de acidentes com ciclistas aumentarem, a chance de cada ciclista individualmente sofrer um acidente diminui. Isso por que o número de acidentes com ciclistas aumenta em um ritmo menor que o acréscimo de ciclistas observado ao adicionar ciclovias. Na pesquisa, se concluiu que:
- Individualmente, há uma chance de 10 em 10.000 (ou 0,1%) de um ciclista sofrer acidente se não há pistas exclusivas.
- Quando a pista exclusiva é adicionada, a taxa de acidentes aumenta em 9%. Ou seja, se havia 10 acidentes sem a pista a taxa aumenta 10.9 (ou aproximadamente 11). Por outro lado, o número de ciclistas aumenta em 18%, de 10.000 para 11.800 (ou 0,09%)em vez dos 0,1% originais.
Estradas (vias arteriais ou rurais) |
Dados de acidentes registrados pela polícia do Reino Unido indicam que em vias sem cruzamentos (vias arteriais ou interurbanas), 17% dos acidentes foram provocados por colisão traseira. A taxa de mortalidade aumenta com o limite de velocidade da estrada: 5% em estradas onde o limite é 50 km/h, 12% em 64 km/h, 21% em 100 km/h e 31% em 110 km/h.[13]
O uso de espaços segregados para ciclistas em vias arteriais ou interurbanas parece estar associado à redução do risco de acidentes. Na Irlanda, a instalação de grandes acostamentos nas vias interurbanas na década de 1970 resultou num decréscimo de 50% de acidentes com ciclistas.[14] Foi reportado que os Holandeses também encontraram que vias segregadas para bicicletas levaram a uma redução de colisões no meio rural.[15]
Legislação |
- São Paulo (SP) - Em São Paulo existe a lei 14.266 de 06 de fevereiro de 2007 [16] de autoria do político Chico Macena que cria o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo, reconhece a bicicleta como veículo, define bicicletário, ciclovia, paraciclo, faixas compartilhadas, cria integração com sistemas de transporte público e prevê a instalação de bicicletários e paraciclos em locais de grande fluxo de pessoas.
Estrutura cicloviárias em capitais do Brasil |
A tabela abaixo foi atualizada a partir de informações coletadas em abril de 2015 em prefeituras e organizações de cicloativistas associados à UCB - União dos Ciclistas do Brasil.
Entre 2011 e 2015, Brasília ultrapassou o Rio de Janeiro e é a cidade com maior estrutura cicloviária do Brasil. A capital federal e São Paulo foram as cidades brasileiras que mais ampliaram a estrutura para bicicletas nos últimos dois anos, mas ambas são criticadas por falhas e pela baixa qualidade das vias construídas ou demarcadas.[17]
Posição | Município | Unidade federativa | Km |
---|---|---|---|
1 | Brasília | Distrito Federal | 440 |
2 | Rio de Janeiro | Rio de Janeiro | 374 |
3 | São Paulo | São Paulo | 265,5 |
4 | Curitiba | Paraná | 181 |
5 | Fortaleza | Ceará | 116,4 |
6 | Campo Grande | Mato Grosso do Sul | 90 |
7 | Teresina | Piauí | 75 |
8 | Rio Branco | Acre | 74 |
9 | Belém | Pará | 71,9 |
10 | Belo Horizonte | Minas Gerais | 70,4 |
11 | Florianópolis | Santa Catarina | 57 |
12 | Aracaju | Sergipe | 56 |
13 | João Pessoa | Paraíba | 50 |
14 | Vitória | Espírito Santo | 47 |
15 | Cuiabá | Mato Grosso | 37 |
16 | Recife | Pernambuco | 30,6 |
17 | Salvador | Bahia | 27 |
18 | Porto Alegre | Rio Grande do Sul | 21 |
19 | Manaus | Amazonas | 6 |
Ver também |
- Planejamento Cicloviário
- Lista de ciclovias em Portugal
- EuroVelo
Referências
↑ The Science and Politics of Bicycle Driving
↑ TD 42/95, Design Manual for Roads and Bridges, Part 6, Geometric Design of Major Minor Priority Junctions
↑ Risk factors for bicycle-motor vehicle collisions at intersections, A. Wachtel and D. Lewiston, Journal of the Institute of Transportation Engineers, pp 30-35, September, 1994.
↑ Two decades of the Redway cycle paths of Milton Keynes, J. Franklin, Traffic Engineering and Control, pp. 393-396, July/August 1999
↑ Leif Linderholm: Signalreglerade korsningars funktion och olycksrisk för oskyddade trafikanter ─ Delrapport 1: Cyklister. Institutionen för trafikteknik, LTH: Bulletin 55, Lund 1984, In: »Russian Roulette« turns spotlight of criticism on cycleways, Proceedings of conference »Sicherheit rund ums Radfahren«, Vienna 1991.
↑ Junctions and Cyclists, S.U. Jensen, K.V. Andersen and E.D. Nielsen, Velo-city ‘97 Barcelona, Spain.
↑ Toronto bicycle commuter safety rates, L. Aultman-Hall and M.G. Kaltenecker, Accident Analysis and Prevention (31) 675–686, 1999
↑ Finland: The safety effect of sight obstacles and road markings at bicycle crossings, M Rasanen and H. Summala, Traffic Engineering and Control, pp 98-101, February, 1998.
↑ Abstract: The risks of cycling, Dr. Eero Pasanen, Helsinki City Planning Department (Undated) (Accessed 23 January 2007)
↑ [1]Berlin Police Department study, 1987, in English translation and in the original German, with commentaries (Accessed 08/07/2007)
↑ Cycle track or carriageway use with the bicycle?, by Christian Marten, Allgemeiner Deutscher Fahrrad Club (ADFC), Berlin branch, 2002. (Accessed 23/01/2007)
↑ Roberts, Jason. «Ask the Experts: Søren Underlien Jensen and Dr. Lon D. Roberts, PhD.». Consultado em 30 de dezembro de 2011
↑ Stone, M. & Broughton, M. (2003). Getting off your bike: Cycling accidents in Great Britain 1990-1999. Accident Analysis & Prevention, 35, 549–556.
↑ The bicycle, a study of efficiency usage and safety., D.F. Moore, An Foras Forbatha, Dublin 1975
↑ Collection of Cycle Concepts, Danish Roads Directorate, Copenhagen, 2000
↑ Lei das Ciclovias de São Paulo
↑ «Estrutura cicloviária em cidades do Brasil (km)». www.mobilize.org.br. Consultado em 29 de novembro de 2016
Ligações externas |
- As Ciclovias de São Paulo
- Ciclovias de Portugal
- OpenCycleMap