Candomblé Ketu









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Candomblé

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Candomblé Ketu (pronuncia-se "quêtu", também chamado candomblé queto[1] ou candomblé de rito nagô[2]) é a maior e a mais popular "nação" do candomblé, uma das religiões afro-brasileiras, tendo origens nas tradições dos povos da região Ketu, incluídos entre os iorubás ("nagôs").




Índice






  • 1 Origens


  • 2 História


  • 3 Orixás


  • 4 Ritual


  • 5 Hierarquia


  • 6 Ver também


  • 7 Referências


  • 8 Bibliografia





Origens |


"Um dos mitos da criação do mundo (Cf. em Barretti Fª, (1984/2003) 2012 - "Ilê-Ifé a Origem do Mundo.") diz que Odùduwà. é seu criador, fundador e o primeiro Ọba Òóni Ifè de Ilé-Ifè – o progenitor de todo o povo yorùbá (Cf. em Barretti Fª, (2003) 2012 - "Odùduwà – Óòni Ifè"). Numa sociedade polígama, Odùduwà teve muitas esposas e uma grande prole. (Cf. em Barretti Fº, (2003) 2012 - "As Esposas de Odùduwà").


Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yorùbá, o que faz Odùduwà ser conhecido como "O Patriarca dos Yorùbá", passando a ser aclamado de Olófin Odùduwà Àjàlàiyé. (Cf. em Barretti Fº, (2003) 2012 - "A Formação do Povo Yorùbá")


Enfim, alguns de seus filhos geraram as linhagens dos Ọba dos yorùbá (Reis considerados como descendentes diretos do Òrìṣà cultuado, que representam ou "são" o próprio Òrìṣà em vida) e uns foram os precursores dos principais subgrupos, ou mais, que deram origem à civilização dos yorùbá e, religiosamente falando, de todos os povos do mundo. (confira em Barretti Fº, (2003) 2012 - "Os Ọba").


O grupo étnico yorùbá é subdividido em vários subgrupos, tais como: os Kétu, Òyó, Ìjèṣà, Ifè, Ifòn, Ègbà, Èfòn etc. Esses deram origem, na diáspora, à religião dos Òrìṣà. Os Kétu, no nosso caso, foram um importante precursor das religiões afro-brasileiras.


Portanto, nos candomblés ditos de nação Kétu, de origem étnica Yorùbá, o Òrìṣà Òsóòsì, o senhor da caça e dos caçadores, é revivido, reverenciado e aclamado como "Ọba Alákétu (título real de Kétu), Rei e Senhor de Kétu e dos Kétu": rei do candomblé Kétu. Nessa mesma nação, o Òrìṣà Èṣù, principal comunicador, "articulador" e "transformador" de todo o sistema religioso yorùbá e do candomblé, ganha ainda maior notoriedade quando é agraciado, saudado e cultuado como Èṣù Alákétu, Rei em Ilé-Kétu.


Esses Òrìṣà tornam-se identificadores indiscutíveis da nação Kétu e possuem em comum o título real Alákétu. (confira em Barretti Fº, (2010) 2012 - Os Òrìṣà Alákétu).


Sendo assim, os Òrìṣà Èṣù e Òsóòsì – que intitulamos Òrìṣà Alákétu, que, além de seus valores naturais, revelam-se como poderosos identificadores dos Kétu e de fundamental importância para a continuidade do candomblé Kétu.


Alákétu continua sendo o título do rei da atual cidade de Kétu, antigo reino yorùbá, situada na República do Benim (antigo Daomé), país que faz fronteira, a oeste, com a Nigéria. Essas regiões são conhecidas por yorubaland: terras onde habitam os yorùbá, independentemente das divisões geopolíticas e/ou sociológicas impostas às etnias africanas." (Barretti Fº, 2010, dados e extratos: pp. 75–81)[3]



História |


No início do século XIX, as etnias africanas eram separadas por confrarias da Igreja Católica na região de Salvador, na Bahia. Dentre os escravos pertencentes ao grupo dos Nagôs, estavam os Yoruba (Iorubá). Suas crenças e rituais são parecidos com os de outras nações do candomblé em termos gerais, mas diferentes em quase todos os detalhes.


Teve início em Salvador, na Bahia. De acordo com as lendas contadas pelos mais velhos, algumas princesas vindas de Oyó e Ketu na condição de escravas fundaram um terreiro num engenho de cana-de-açúcar. Posteriormente, passaram a reunir-se num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Jeje-Nagô pretextando a construção e manutenção da primitiva Capela da Confraria de Nossa Senhora da Barroquinha, atual Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha que, segundo historiadores, efetivamente conta com cerca de três séculos de existência.[4]


No Brasil Colônia e depois, já com o país independente mas ainda escravocrata, proliferaram irmandades. "Para cada categoria ocupacional, raça, nação - sim, porque os escravos africanos e seus descendentes procediam de diferentes locais com diferentes culturas - havia uma. Dos ricos, dos pobres, dos músicos, dos pretos, dos brancos etc. Quase nenhuma de mulheres, e elas, nas irmandades dos homens, entraram sempre como dependentes para assegurarem benefícios corporativos advindos com a morte do esposo. Para que uma irmandade funcionasse, diz o historiador João José Reis, precisava encontrar uma igreja que a acolhesse e ter aprovados os seus estatutos por uma autoridade eclesiástica".


Muitas conseguiram construir a sua própria Igreja como a Igreja do Rosário da Barroquinha, com a qual a Irmandade da Boa Morte manteve estreito contato. O que ficou conhecido como devoção do povo de candomblé. O historiador cachoeirano Luiz Cláudio Dias Nascimento afirma que os atos litúrgicos originais da Irmandade de cor da Boa Morte eram realizados na Igreja da Ordem Terceira do Carmo, templo tradicionalmente frequentado pelas elites locais. Posteriormente, as irmãs transferiram-se para a Igreja de Santa Bárbara, da Santa Casa da Misericórdia, onde existem imagens de Nossa Senhora da Glória e da Nossa Senhora da Boa Morte. Desta, mudaram-se para a bela Igreja do Amparo, demolida em 1946 e onde hoje encontram-se moradias de classe média. Daí, saíram para a Igreja Matriz, sede da freguesia, indo depois para a Igreja da Ajuda.


O fato é que não se sabe ao certo precisar a data exata da origem da Irmandade da Boa Morte. Odorico Tavares arrisca uma opinião: a devoção teria começado mesmo em 1820, na Igreja da Barroquinha, tendo sido os Jejes, deslocando-se até Cachoeira, os responsáveis pela sua organização. Outros ressaltam a mesma época, divergindo quanto à nação das pioneiras, que seriam alforriadas Ketu. Parece que a composição da irmandade continha variada procedência étnica, já que fala-se em mais de uma centena de adeptas nos seus primeiros anos de vida.


Essas confrarias eram os locais onde se reuniam as sacerdotisas africanas já libertas (alforriadas) de várias nações, que foram se separando conforme foram abrindo os terreiros. Na comunidade existente atrás da capela da confraria, foi construído o Candomblé da Barroquinha pelas sacerdotisas de Ketu, que, depois, se transferiram para o Engenho Velho, ao passo que algumas sacerdotisas de Jeje deslocaram-se para o Recôncavo Baiano, para Cachoeira e São Félix, para onde transferiram a Irmandade da Boa Morte e fundaram vários terreiros de candomblé jeje, sendo o primeiro Kwé Cejá Hundé ou Roça do Ventura.


O Candomblé Ketu ficou concentrado em Salvador. Depois da transferência do Candomblé da Barroquinha para o Engenho Velho, passou a se chamar Ilê Axé Iyá Nassô mais conhecido como Casa Branca do Engenho Velho sendo a primeira casa da nação Ketu no Brasil de onde saíram as Iyalorixás que fundaram o Ilê Axé Opô Afonjá e o Ilê Iya Omin Axé Iyamassé, o Terreiro do Gantois.



Orixás |


Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.


Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias:




  • Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.


  • Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.


  • Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.


  • Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca


  • Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.


  • Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.


  • Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.


  • Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.


  • Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.


  • Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger


  • Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.


  • Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.


  • Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.


  • Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.


  • Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô


  • Axabó, Orixá feminino da família de Xangô


  • Ibeji, Orixás gêmeos


  • Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).


  • Egungun, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.


  • Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.


  • Onilé, Orixá do culto de Egungun


  • Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.


  • OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.


  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.


  • Odudua, Orixá também tido como criadora do mundo, mãe de Oranian e dos yoruba.


  • Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua


  • Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká


  • Olokun, Orixá divindade do mar


  • Olossá, Orixá dos lagos e lagoas


  • Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio


  • Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro


  • Orixá Oko, Orixá da agricultura


Na África, cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifo e Òşágiyan em Ejigbo.


No Brasil, em cada templo religioso, são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (expressão usada para designar o quarto onde são cultuados os Orixás).



Ritual |


O ritual de uma casa de Ketu é diferente dos das casas de outras nações. A diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê, Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum...


A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.



Hierarquia |


As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto: em yoruba, Olóyès, Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:


O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Babalorixá (pai de santo). São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função e são as únicas autoridades que podem abrir uma casa ou terreiro de candomblé.Alem do Babalorixa existe o cargo maximo que e do Babalodum, quando um filho de orixa maximo, ou seja Olisa Osala Giyan Ejonile Egbe[oxaguian], que hoje e ocupado pelo sacerdote Pai menino do Oxala[ Paulo Ricardo da Silva Branco]. Este por sua vez assumiu o cargo de imperador do Afonja aos 16 anos de idade, mostrando maturidade suficiente e criando admiracao entre os mais de 50 mil filhos de santo.Um Babalodum e um sacerdote que no caso especifico de pai menino e da quarta hierarquia, significando que detem o axe de cura e da visao, alem de ter que cumprir uma missao ja pre estabelecida ha mais de 5 mil anos pelo povo Yoruba/Nago ainda na Africa. Pai menino encontra-se em missao em busca da Yialodum, que segundo a lenda Yoruba seria uma filha de Oxum Opara, que teria dois filhos que seria um deles, o proximo e ultimo babalodum, antes da volta de Oxala e de todos os Orixas ao aye(terra).
Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos os Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.




  1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.


  2. Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.


  3. Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.

  4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.


  5. Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação


  6. Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, "meu irmão mais velho").

  7. Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).


  8. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).


  9. Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).

  10. Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo". "Ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil.


  11. Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas de santo


  12. Iaô: filha(o) de santo que já entra em transe.

  13. Abiã ou abian: novato.



Ver também |



  • Candomblé

  • Candomblé Bantu

  • Candomblé Jeje

  • Religiões afro-brasileiras

  • Templos afro-brasileiros



Referências




  1. Silva (2005)


  2. Bastide (2009).


  3. Barretti Filho, Aulo. “Òṣóòsì e Èṣù, os Òrìṣà Alákétu”. In: Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu: Origens, Tradições e Continuidade.. Aulo Barretti Filho (org.), pp. 75-139. São Paulo, Edusp, 2010.


  4. Silveira, Renato da. Candomblé da Barroquinha. Editora Maianga, 2007. ISBN 8588543419



Bibliografia |



  • BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia: rito nagô. Tradução de Maria Isaura Pereira de Queiroz. 4. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. [1. ed., 1958.]

  • GIROTO, Ismael. O universo mágico-religioso negro-africano e afro-brasileiro: bantu e nàgó. Tese de Doutorado, USP, São Paulo, 1999. link.

  • ROCHA, A. M. As nações de Kêtu: origens, ritos e crenças. Os candomblés antigos do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2000. link.

  • SILVA, Vagner Gonçalves da. Candomblé e Umbanda – caminhos da devoção brasileira. São Paulo: Selo Negro Edições, 2005. link.























































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