Espanha
Reino de España Reino de Espanha | |
Lema: Plus Ultra (Latim: "Mais Além") | |
Hino nacional: Marcha Real (também chamado Marcha Granadera) | |
Gentílico: Espanhol(a) | |
Localização da Espanha (em vermelho) Localização na União Europeia (em branco) | |
Capital | Madrid 40° 26′N 3° 42′E |
Cidade mais populosa | Madrid |
Língua oficial | Espanhol (ou castelhano) [nt 1] Com estatuto co-oficial regionalmente: |
Governo | Monarquia constitucional Democracia Parlamentarista |
- Rei | Filipe VI |
- Presidente do Governo | Pedro Sánchez |
Formação | |
- Unificação | 1469 |
- Soberano único | 1516 |
- Estado absolutista | 1715 |
- Estado liberal | 1812 |
- Estado democrático | 1977 |
Entrada na UE | 1 de Janeiro de 1986 |
Área | |
- Total | 504 030 km² (51.º) |
- Água (%) | 1,08 |
Fronteira | Portugal, França, Andorra, Gibraltar e Marrocos |
População | |
- Estimativa para 2016 | 46 524 943 [1] hab. (29.º) |
- Densidade | 92,19 hab./km² (106.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2015 |
- Total | US$ 1,615 trilhão *[2] (13.º) |
- Per capita | US$ 34 819[2] (29.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2015 |
- Total | US$ 1,2 trilhão *[2] (12.º) |
- Per capita | US$ 25 864[2] (27.º) |
IDH (2017) | 0,891 (26.º) – muito elevado[3] |
Gini (2005) | 32[4] |
Moeda | Euro[2] ( EUR ) |
Fuso horário | CET[3] (UTC+1) |
- Verão (DST) | CEST (UTC+2) |
Clima | Mediterrânico e Oceânico |
Org. internacionais | ONU, OCDE, UE, OTAN, União Latina, G-20 (convidado permanente). |
Cód. ISO | ESP |
Cód. Internet | .es |
Cód. telef. | +34 |
Website governamental | www.la-moncloa.es |
:[1] ^Os idiomas co-oficiais são oficiais nas seguintes Comunidades autónomas: o catalão na Catalunha, ilhas Baleares, o valenciano na Comunidade Valenciana, o galego na Galiza, o basco no País Basco e parte de Navarra, o aranês na comarca do Vale de Arão (província de Lérida).
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Espanha (em castelhano: España; esˈpaɲa ( ouvir)), conhecido como Reino de/da Espanha (Reino de España)[nt 1][nt 2] é um país situado na Europa meridional, na Península Ibérica. Seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo mar Mediterrâneo, com exceção a uma pequena fronteira com o território britânico ultramarino de Gibraltar; ao norte pela França, Andorra e pelo golfo da Biscaia e ao noroeste e oeste pelo oceano Atlântico e por Portugal.
O território espanhol inclui ainda as ilhas Baleares, no Mediterrâneo, as ilhas Canárias, no oceano Atlântico, próximas da costa Africana e duas cidades autônomas no norte de África, Ceuta e Melilla, que fazem fronteira com o Marrocos. Com uma área de 504 030 km², a Espanha é, depois da França, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia.
Devido à sua localização, o território da Espanha foi sujeito a muitas influências externas, muitas vezes simultaneamente, desde os tempos pré-históricos até quando a Espanha se tornou um país. Por outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras regiões, principalmente durante a Era Moderna, quando se tornou um império mundial que deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do espanhol espalhados pelo mundo.
A Espanha é uma democracia organizada sob a forma de um governo parlamentar sob uma monarquia constitucional. É um país desenvolvido com o nono PIB nominal mais elevado do mundo e elevado padrão de vida (a Espanha possui o 23.º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo).[3] É um membro das Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia (UE), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Índice
1 Etimologia
2 História
2.1 Pré-história e Império Romano
2.2 Reino Visigótico
2.3 Ibéria muçulmana e Reconquista
2.4 Império
2.5 Domínio napoleônico e Guerra Hispano-Americana
2.6 Guerra civil e ditadura
2.7 Restauração da democracia
3 Geografia
3.1 Clima e meio ambiente
4 Demografia
4.1 Composição étnica
4.2 Imigração e migração
4.3 Cidades mais populosas
4.4 Idiomas
4.5 Religião
5 Governo e política
5.1 Relações internacionais
5.1.1 Reivindicações territoriais
5.2 Forças armadas
6 Subdivisões
6.1 Estado das Autonomias
6.2 Movimentos separatistas
7 Economia
7.1 Turismo
8 Infraestrutura
8.1 Energias renováveis
8.2 Transportes
8.3 Saúde
8.4 Educação
9 Cultura
9.1 Artes
9.2 Literatura
9.3 Música
9.4 Arquitetura
9.5 Esportes
9.6 Meios de comunicação
9.7 Feriados
10 Notas
11 Referências
12 Ligações externas
Etimologia
O nome Espanha deriva de Hispânia, nome com o qual os romanos designavam geograficamente a Península Ibérica. O nome Ibéria era o que os gregos davam à Península embora houvesse outras designações dadas pelos povos antigos.[5] O facto do termo Hispânia não ter uma raiz latina resultou na formulação de diversas teorias sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais consensual seria a de que o nome Hispânia provém do fenício i-spn-ea.[6] Os romanos tomaram essa denominação dos vencidos cartaginenses, interpretando o prefixo i como costa, ilha ou terra, e o sufixo ea com o significado de região. O lexema spn foi traduzido como coelhos (na realidade dassies, animais comuns no norte da África).
O nome de Espanha, evolução da designação do Império Romano Hispânia era, até ao século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o Iluminismo, até então era um conjunto de reinos juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia.[7] Até à data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como aeque principaliter, os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus foros e os seus privilégios.[8]
As Leyes de extranjeria determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos ibéricos.[9][10]
A constituição de 1812 adota o nome As Espanhas para a nova nação.[11]
A constituição de 1876 adota pela primeira vez o nome Espanha.[12][13]
Os termos "as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão.[14] O termo As Espanhas referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo Espanha referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de Carlos V o uso do título Rei das Espanhas, referia-se à parte da Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma de designar coletivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Lusitana para o rei de Portugal, ou rei Lusitano)[15][16][17]
O uso do da designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava que o nome designava a Península.[18] A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo "coroa de Espanha" ou "monarquia de Espanha" pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o Tratado de Utrecht em 1714.[19]
Atualmente o nome "Península Hispânica" não é aceite pelos portugueses, sendo que a designação usada é a de Península Ibérica.[20]
A partir de 1640, com a Restauração da Independência de Portugal, a designação "Rei da Espanha" manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.
História
Ver artigo principal: História de Espanha
A História de Espanha é a própria de uma nação europeia, que compreende o período entre a pré-história e a época atual, passando pela formação e queda do primeiro Império espanhol.
Pré-história e Império Romano
Ver artigos principais: Pré-história da Península Ibérica, Invasão romana da Península Ibérica e Hispânia
Os primeiros humanos modernos chegaram à Península Ibérica no território da atual Espanha há 35 mil anos. No período histórico o território foi invadido e colonizado por celtas, fenícios, cartagineses, gregos e cerca de 218 a.C., a maior parte da Península Ibérica começou a formar parte do Império Romano, sendo o rio Ebro a fronteira entre a Espanha romana e cartaginesa.[21]
Durante a Segunda Guerra Púnica, uma expansão do Império Romano capturou colônias comerciais cartaginesas ao longo da costa do Mediterrâneo, cerca de 210 a 205 a.C. Os romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da Península Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela há mais de 600 anos. O domínio romano era unido pela lei, idioma e as estradas romanas.[22]
As culturas das populações celtas e ibéricas foram gradualmente romanizadas (latinizadas) em diferentes níveis e em diferentes partes da Hispânia (o nome romano para a Península). Os líderes locais foram admitidos na classe aristocrática romana.[23] A Hispânia serviu como um celeiro para o mercado romano e seus portos exportavam ouro, lã, azeite e vinho. A produção agrícola aumentou com a introdução de projetos de irrigação, alguns dos quais permanecem em uso. Os imperadores Trajano e Teodósio I e o filósofo Sêneca nasceram na Hispânia. O cristianismo foi introduzido na província no século I d.C. e tornou-se popular nas cidades no século II[23] O termo "Espanha", as línguas, a religião e a base das leis atuais da Espanha se originaram a partir deste período.[22]
Reino Visigótico
Ver artigo principal: Reino Visigótico
O enfraquecimento da jurisdição do Império Romano do Ocidente em Hispânia começou em 409, quando os povos germânicos suevos e vândalos, juntamente com os alanos sármatas, cruzaram o Reno e devastaram a Gália e a Península Ibérica. Os visigodos atacaram a Ibéria no mesmo ano. Os suevos estabeleceram um reino no que hoje é a moderna Galiza e o Norte de Portugal. O império romano ocidental se desintegrava, mas a sua base social e econômica continuou, ainda que de forma modificada. Os seus regimes sucessores mantiveram muitas das instituições e das leis do Império, incluindo o cristianismo.[24]
Os aliados dos alanos, os vândalos asdingos, estabeleceram um reino na Galécia, ocupando grande parte da região, mas indo mais ao sul do rio Douro. Os vândalos silingos ocuparam a região que ainda tem o seu nome - Vandalúsia, a moderna Andaluzia, na Espanha. Os bizantinos estabeleceram um enclave, Espânia, no sul, com a intenção de reviver o Império Romano ao longo da Península Ibérica. Eventualmente, entretanto, Hispânia foi reunida sob o domínio visigótico.[24]
Ibéria muçulmana e Reconquista
Ver artigos principais: Invasão muçulmana da Península Ibérica, Al-Andalus e Reconquista
No século VIII, quase toda a Península Ibérica foi conquistada (711–718) por exércitos de mouros muçulmanos provenientes principalmente do Norte de África. Essas conquistas fizeram parte da expansão do Califado Omíada. Apenas uma pequena área montanhosa no noroeste da Península conseguiu resistir à invasão inicial muçulmana.[24]
Sob a lei islâmica, os cristãos e os judeus receberam o estatuto subordinado de dhimmi. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus praticassem suas religiões como "povos do livro", mas eles eram obrigados a pagar um imposto especial e eram sujeitos a certas discriminações.[25][26] A conversão ao islamismo prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se que os muladi (muçulmanos de origem étnica ibérica) compreendiam a maioria da população de Al-Andalus até o final do século X.[27][28]
A comunidade muçulmana na Península Ibérica era diversificada e atormentado por tensões sociais. Os povos berberes do Norte de África, que tinham fornecido a maior parte dos exércitos invasores, entraram em choque com a liderança árabe do Oriente Médio. Ao longo do tempo, grandes populações árabes se estabeleceram, especialmente no vale do rio Guadalquivir, na planície costeira de Valência, no vale do rio Ebro (no final deste período) e na região montanhosa de Granada.[28]
Córdova, a capital do califado, era a maior, mais rica e sofisticada cidade na Europa Ocidental na época. O comércio e o intercâmbio cultural no Mediterrâneo floresceram. Os muçulmanos importaram uma rica tradição intelectual do Oriente Médio e do Norte da África. Estudiosos muçulmanos e judeus desempenharam um papel importante na renovação e ampliação da aprendizagem clássica grega na Europa Ocidental. As culturas romanizados da Península Ibérica interagiram com as culturas muçulmanas e judaicas de forma complexa, dando, à região, uma cultura distinta.[28]
No século XI, os territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos rivais (as chamadas taifas), permitindo, aos pequenos Estados cristãos, a oportunidade de ampliar enormemente seus territórios.[28]
A chegada das seitas islâmicas dominantes dos Almorávidas e Almóadas, do Norte da África, restaurou a unidade na Península Ibérica muçulmana, com uma aplicação mais rigorosa e menos tolerante do islã, provocando uma recuperação das fortunas muçulmanas. Este Estado islâmico reunido experimentou mais de um século de sucessos que reverteram parcialmente as vitórias cristãs.[24]
As contínuas disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram, como consequência, a Reconquista Cristã, começando no século VIII com a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a conquista de Granada e com a expulsão dos últimos mouros em 1492.[24]
Durante este período, os reinos e principados cristãos se desenvolveram notavelmente, incluídos os mais importantes: a Coroa de Castela e o Reino de Aragão. A união destes dois reinos através do casamento em 1469 da rainha Isabel I de Castela com o rei Fernando II de Aragão levou à criação do Reino da Espanha.[24]
Império
Ver artigo principal: Império espanhol
A unificação das coroas de Aragão e Castela lançou as bases para a Espanha moderna e para o Império Espanhol.[29] A Espanha era a maior potência da Europa durante o século XVI e a maior parte do século XVI, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros habsburgos espanhóis - Carlos I (1516-1556) e Filipe II (1556-1598). Este período foi marcado pelas Guerras Italianas, Revolta dos Comuneiros, Revolta Holandesa, Rebelião das Alpujarras, conflitos com os otomanos, a Guerra Anglo-Espanhola e as guerras com a França.[30]
O Império Espanhol se expandiu até incluir grande parte da América, ilhas na região Ásia-Pacífico, áreas da Itália, cidades do Norte de África, bem como partes do que hoje são parte de França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. Foi o primeiro império do qual se dizia que "o Sol nunca se punha".[24]
A chamada "Era dos Descobrimentos" foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do colonialismo europeu. Junto com a chegada dos metais preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis trouxeram o conhecimento do Novo Mundo e desempenharam um papel de liderança na transformação da compreensão europeia do mundo.[31] O florescimento cultural testemunhado é agora referido como o "Século de Ouro Espanhol". A ascensão do humanismo, da Reforma Protestante e de novas descobertas geográficas levantaram questões abordadas pelo movimento influente intelectual agora conhecida como a Escola de Salamanca.[24]
Com a morte de Carlos II, a dinastia de Habsburgo se extinguiu, para deixar lugar aos Borbões, após a Guerra de Sucessão. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu poder, convertendo-se, no final do século XVIII, em uma potência menor.[24]
Domínio napoleônico e Guerra Hispano-Americana
Ver artigo principal: Guerra Hispano-Americana
O século XIX foi testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas pela Espanha. Na primeira parte desse século, a Espanha sofreu com a independência da maioria de suas colônias no Novo Mundo. O século também esteve marcado pelas intervenções estrangeiras e os conflitos internos. Napoleão chegou a colocar seu irmão José Bonaparte no governo da Espanha. Após a expulsão dos franceses, a Espanha entrou em um extenso período de instabilidade: se sucederam continuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do Antigo Regime.[24]
A chegada da Revolução Industrial nas últimas décadas do século, levou alguma riqueza a uma classe média que se ampliava em alguns centros principais, porém a Guerra Hispano-Americana, em 1898 levou à perda de quase todas as colônias restantes, restando apenas os territórios na África.[24]
Apesar de um nível de vida crescente e uma integração maior com o resto da Europa, no primeiro terço do século XX, seguiu a instabilidade política. A Espanha permaneceu neutra durante a Primeira Guerra Mundial.[24]
Guerra civil e ditadura
Ver artigos principais: Guerra Civil Espanhola e Franquismo
O século XX trouxe um pouco de paz; a Espanha desempenhou um papel menor na partilha da África, colonizando o Sahara Ocidental, Marrocos Espanhol e a Guiné Equatorial. As pesadas perdas sofridas durante a guerra do Rif, no Marrocos, ajudaram a minar a monarquia. Um período de governo autoritário do general Miguel Primo de Rivera (1923-1931) terminou com o estabelecimento da Segunda República Espanhola. A República ofereceu autonomia política ao País Basco, Catalunha e à Galiza e deu direito de voto às mulheres.[24]
Então, em 1936, a Guerra Civil Espanhola (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde, as forças nacionalistas, lideradas pelo general Francisco Franco, saíram vitoriosos com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista. A Frente Popular governista foi apoiada pela União Soviética, o México e pelas Brigadas Internacionais, mas não foi apoiada oficialmente pelas potências ocidentais, devido à política britânica, liderada pelos Estados Unidos, de não intervencionismo.[24]
A Guerra Civil tirou a vida de mais de 500.000 pessoas[32] e causou a fuga de cerca de meio milhão de cidadãos espanhóis.[33] A maioria de seus descendentes vivem agora em países da América Latina, com cerca de 300.000 apenas na Argentina.[34]
O Estado espanhol estabelecido por Francisco Franco após a Guerra Civil foi nominalmente neutro na Segunda Guerra Mundial, embora fosse simpático às Potências do Eixo. O único partido legal sob o regime pós-guerra civil de Franco era o Falange Española Tradicionalista y de las JONS, formado em 1937. O partido enfatizava o anti-comunismo, o catolicismo e o nacionalismo. Dada a oposição à Franco de partidos políticos concorrentes, o partido passou a se chamar Movimento Nacional (Movimiento Nacional) em 1949.[24]
Após a Segunda Guerra Mundial, a Espanha ficou isolada politicamente e economicamente e foi mantida fora das Nações Unidas. Isso mudou em 1955, durante o período da Guerra Fria, quando o país se tornou estrategicamente importante para os Estados Unidos para estabelecer sua presença militar na Península Ibérica como base para qualquer possível transferência pela União Soviética para a bacia do Mediterrâneo. Na década de 1960, a Espanha registrou uma taxa sem precedentes de crescimento econômico no que ficou conhecido como o milagre espanhol, que retomou a transição, bastante interrompida, para uma economia moderna.[24]
Restauração da democracia
Com a morte de Franco, em novembro de 1975, Juan Carlos assumiu o cargo de Rei de Espanha e de chefe de Estado, em conformidade com a lei. Com a aprovação da nova Constituição espanhola de 1978 e a restauração da democracia, o Estado descentralizou muito da sua autoridade para as regiões com governo local e criou uma organização interna baseada em comunidades autónomas.[24]
No País Basco, o nacionalismo moderado tem coexistido com um movimento radical nacionalista liderado pela organização armada Euskadi Ta Askatasuna (ETA). O grupo foi formado em 1959 durante o governo de Franco, mas continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a restauração da democracia e do retorno de um elevado grau de autonomia regional.[35]
Em 23 de fevereiro de 1981, elementos rebeldes entre as forças de segurança apreenderam Cortes em uma tentativa de impor um governo militar apoiado pelos Estados Unidos. O Rei Juan Carlos assumiu o comando pessoal dos militares e, com êxito, ordenou que os golpistas, através da televisão nacional, se rendessem.[24]
Em 30 de maio de 1982 a Espanha aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), após um referendo. Nesse ano, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) chegou ao poder, o primeiro governo de esquerda em 43 anos. Em 1986 a Espanha aderiu à Comunidade Europeia, que posteriormente tornou-se a União Europeia (UE). O PSOE foi substituído no governo pelo Partido Popular (PP) em 1996.[24]
Em 1 de janeiro de 2002, a Espanha deixou de usar a peseta como moeda e substituíu-a pelo euro, que compartilha com outros 15 países da zona euro. O país experimentou um forte crescimento econômico, bem acima da média da UE, mas as preocupações divulgadas e emitidas por muitos comentaristas econômicos no auge do boom dos preços imobiliários e dos elevados défices de comércio exterior de que o país estava susceptível a passar por um doloroso colapso econômico foram confirmadas por uma grave recessão que assola o país desde 2008.[36]
Em 11 de março de 2004, uma série de bombas explodiram em trens de Madrid. Depois de um julgamento de cinco meses em 2007, concluiu-se que os atentados foram perpetrados por um grupo islâmico militante local inspirado pela organização Al-Qaeda.[37] As explosões mataram 191 pessoas e feriram mais de 1800, e a intenção dos autores do atentado terrorista pode ter sido influenciar o resultado da eleição geral espanhola, realizada três dias depois.[38]
Embora as suspeitas iniciais tenham se focado no grupo basco ETA, logo surgiram evidências indicando um possível envolvimento de grupos extremistas islâmicos. Devido à proximidade da eleição, a questão da responsabilidade rapidamente se tornou uma controvérsia política, com os principais partidos concorrentes, PP e PSOE, trocando de acusações sobre a manipulação do resultado.[39] Em 14 de março de eleições, o PSOE, liderado por José Luis Rodríguez Zapatero, obteve uma pluralidade suficiente para formar um novo gabinete, portanto, suceder a administração anterior do PP.[40]
Nas eleições de 20 de novembro de 2011 o partido liderado por Mariano Rajoy obteve mais de 10 800 000 votos e elegeu 186 deputados, conquistando a maioria absoluta e o melhor resultado de sempre do Partido Popular, que voltou ao poder.[41]
Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Espanha
Situada na Europa Ocidental, a Espanha ocupa a maior parte da Península Ibérica e, fora dela, dois arquipélagos principais (ilhas Canárias no oceano Atlântico e as ilhas Baleares no mar Mediterrâneo), duas cidades (Ceuta e Melilla, no Norte da África), a ilha de Alborão e uma série de ilha e ilhotas que se encontram frente às costas peninsulares, como as ilhas Columbretes. Ademais, consta de possessões menores continentais, como as ilhas Chafarinas, o ilhote de Vélez de la Gomera e o ilhote de Alhucemas, todas elas frente à costa africana.[42]
Em extensão territorial, é o quarto maior país da Europa, atrás apenas da Rússia (que é o maior país do mundo, tendo em conta apenas a parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior da União Europeia, atrás apenas da França.[42]
Os limites físicos da Espanha são os seguintes: Portugal e o oceano Atlântico a oeste; o mar Mediterrâneo a leste, o Estreito de Gibraltar, mar Mediterrâneo e oceano Atlântico a sul; os Pirenéus a nordeste e o golfo da Biscaia e o mar Cantábrico a norte.[42]
Clima e meio ambiente
Ver artigo principal: Clima da Espanha
A Espanha tem um clima variado ao longo do seu território. Predomina o tipo mediterrânico em quase toda a sua geografia. As costas mediterrânicas do sul e o vale do Rio Guadalquivir têm um clima denominado mediterrânico costeiro: temperaturas e precipitações suaves quase todo o ano, exceto no verão.[42]
À medida que se avança para o interior, o clima é mais extremo, passando o clima a ser do tipo clima mediterrânico continental, predominante em quase toda a Península: temperaturas altas no verão, baixas no inverno e precipitações irregulares (dependendo da posição geográfica).[42]
A Espanha é um país especialmente afetado pelo fenômeno da seca: durante o período 1880-2000, mais da metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década dos 80 e cinco da década de 90 foram considerados secos ou muito secos. A mudança climática prevê para a Espanha gravíssimos problemas meio ambientais, agravando as características mais extremas.[43]
Desde 1996 o índice de emissões de CO2 subiu notavelmente na Espanha, descumprindo os objetivos do Protocolo de Quioto sobre emissões geradoras do efeito estufa e contribuintes da mudança climática. Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, pediu à Espanha uma ‘‘liderança mais ativa’‘ na luta contra a mudança climática.[44] Segundo Al Gore, a Espanha é o país europeu mais vulnerável ao efeito estufa.[45]
Parque Nacional Picos da Europa.
Monte Teide, em Tenerife.
Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido.
Parque Natural Calblanque, em Cartagena.
Parque Nacional Tablas de Daimiel.
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Espanha
Em 2012, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo Padrón municipal.[46] A densidade populacional do país, em 91 hab./km², é menor do que a da maioria dos países da Europa Ocidental e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com exceção da região do entorno da capital, Madrid, as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que dobrou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao espetacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início de 1970.[47]
A Espanha é o país mais tolerante em relação à homossexualidade em todo o mundo. Apenas 6% dos espanhóis dizem que a homossexualidade é "moralmente inaceitável", ao passo que 55% a consideram "moralmente aceitável" e 38% dizem que a homossexualidade "não é uma questão moral".[48] Desde 2004 o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha é legal.[49]
Composição étnica
Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da taxa de natalidade ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na América Latina (39%), Norte da África (16%), Europa Oriental (15%) e África subsaariana (4%).[50] Em 2005, a Espanha instituiu um programa de anistia de três meses através do qual foi concedida residência legal a imigrantes sem documentação.
Em 2008, o país concedeu a cidadania a 84 170 pessoas, principalmente para pessoas vindas do Equador, Colômbia e Marrocos.[51] Uma parte considerável dos residentes estrangeiros na Espanha também vêm de outros países da Europa Ocidental e Central. Estes são em sua maioria britânicos, franceses, alemães, holandeses e noruegueses. Eles residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas ilhas Baleares, onde muitos escolhem para viver sua aposentadoria.
Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do século XV, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos brancos (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou portuguesa. No século XVI, estima-se que 240 000 espanhóis emigraram, principalmente para Peru e México.[52] A eles se juntaram 450.000 que emigraram no século seguinte.[53] Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a América, especialmente para Argentina, Brasil[54] e Cuba.[55] Cerca de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de 300 000 foram para a América Latina.[56]
Imigração e migração
Os movimentos migratórios, tanto internos quanto externos, foram determinantes na composição demográfica moderna da Espanha. Entre o final do século XIX e início do século XX, houve uma significativa corrente imigratória da Espanha para países ibero-americanos. Entre os principais destinos estavam Cuba, Argentina e Brasil.[55] A densidade populacional da Espanha é menor que a da maioria dos países europeus. As populações rurais estão se movendo para as cidades. Nos últimos anos a Espanha apresenta uma considerável diminuição na taxa de imigração neta, deixando de possuir a maior taxa de imigração de Europa (em 2005 de 1,5% anual somente superado na UE pelo Chipre)[57] atualmente sua taxa de imigração neta chega a 0,99%, ocupando a 15ª posição na União Europeia.[58] além disso, o 9° país com maior porcentagem de imigrantes dentro da UE, abaixo de países como Luxemburgo, Irlanda, Áustria e Alemanha.[59]
Em 2005 a Espanha recebeu 38,6% da migração para a União Europeia, principalmente de cidadãos de origem latino-americana, de outros países da Europa Ocidental, da Europa Oriental e do Magrebe. A população estrangeira na Espanha em 2007 cifrava-se em 4 144 166, um incremento de 11,1% em reação ao ano anterior. Este valor representa 9,3% dos 44 708 964 habitantes na Espanha.[60] A comunidade marroquina, com 563 mil residentes, é a mais numerosa, seguindo-se os equatorianos (461 mil), romenos (407 mil) e britânicos (274 mil).
Cidades mais populosas
Cidades mais populosas da Espanha Censo de 2009 | |||||||||||
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Madrid Barcelona | |||||||||||
Posição | Localidade | Comunidade autônoma | Pop. | Posição | Localidade | Comunidade autônoma | Pop. | Valência Sevilha | |||
1 | Madrid | Madrid | 4 213 669 | 11 | Alicante | Valência | 334 757 | ||||
2 | Barcelona | Catalunha | 1 621 537 | 12 | Córdova | Andaluzia | 328 428 | ||||
3 | Valência | Valência | 814 208 | 13 | Valladolid | Castela e Leão | 317 864 | ||||
4 | Sevilha | Andaluzia | 803 206 | 14 | Vigo | Galiza | 297 332 | ||||
5 | Saragoça | Aragão | 774 317 | 15 | Gijón | Astúrias | 277 554 | ||||
6 | Málaga | Andaluzia | 680 305 | 16 | L'Hospitalet de Llobregat | Catalunha | 257 038 | ||||
7 | Múrcia | Múrcia | 436 870 | 17 | Corunha | Galiza | 246 056 | ||||
8 | Palma de Maiorca | Baleares | 401 270 | 18 | Vitoria-Gasteiz | País Basco | 235 661 | ||||
9 | Las Palmas | Canárias | 381 847 | 19 | Granada | Andaluzia | 234 325 | ||||
10 | Bilbau | País Basco | 354 860 | 20 | Elche | Valência | 230 112 |
Idiomas
Ver artigo principal: Línguas da Espanha
A Espanha é abertamente um país multilingue.[61] O idioma oficial e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98,9% da população, é o castelhano, língua materna de 89% dos espanhóis,[62][63] que pode receber a denominação alternativa de espanhol.[64][65] A estimativa do seu número de falantes em todo o mundo vai desde os 450[66] aos 500 milhões[67][68][69] de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do Chinês.[70][71][72] Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do inglês no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.[73]
A Constituição Espanhola reconhece a riqueza linguística de Espanha como património cultural sujeito a especial respeito e proteção, e declara que o "resto de línguas espanholas" são oficiais nas comunidades autónomas segundo os seus estatutos de autonomia, apesar de ser apenas um dever e obrigação o conhecimento do castelhano.[74]
Catalão (entre 9% e 17% da população), oficial na Catalunha, Ilhas Baleares e País Valenciano, onde recebe a designação de valenciano.[75] É também falado na chamada Faixa Poente[76] e na comarca do Carxe, na Região de Múrcia.[77]
Galego (entre 5% e 7% da população), oficial na Galiza. É falado também nas terras do Eu-Návia, nas Astúrias;[78][79] na comarca do Bierzo, em Leão e na comarca das Portelas, em Samora;[80][80][78][75][81]
Basco (1% da população), oficial no País Basco e terço norte de Navarra;[82]
Asturo-leonês, falado no Principado das Astúrias, Leão, Samora e cujo domínio se estende até Portugal (Miranda do Douro);[80][83]
Aragonês, nas comarcas do Alto Aragão e vales pirenaicos;[76]
Occitano, na forma de um subdialeto do gascão (aranês), que é oficial no Vale de Arão;[84]
Português, falado no Vale de Xálima, Terras de Alcântara, Campo de Olivença e Alamedilha;[81][85]
Tarifit (em Melilha);[86]
Árabe (em Ceuta e Melilha).
A Espanha ratificou em 9 de abril de 2001 a Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias.[87] do Conselho Europeu.[88]
Religião
Ver artigos principais: Religião na Espanha e Catolicismo na Espanha
O artigo 16.3 da Constituição Espanhola vigente define o país como um Estado sem confissão: ‘‘Nenhuma confissão terá caráter estatal‘‘. Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões religiosas.
De acordo com um estudo de 2015, cerca de 68% dos espanhóis classificaram-se como católicos romanos, 3,8% como aderentes de outras religiões (incluindo islamismo, protestantismo, budismo etc.), e cerca de 25% como ateus ou não religiosos.[89]
De acordo com pesquisa de 2010 do Eurobarometer, 59% da população espanhola acredita na existência de algum deus. 20% dos espanhóis acreditam na existência de algum tipo de espírito ou força vital, ao passo que 19% não acredita que exista qualquer tipo de espírito, deus, ou força vital.[90]
A maioria dos espanhóis não frequentam templos religiosos regularmente. O estudo apontou que, dos espanhóis que se dizem religiosos, 61% raramente frequenta a missa, 14% frequenta a missa algumas vezes ao ano, 10% algumas vezes ao mês e 14% todos os domingos ou várias vezes na semana. Embora uma maioria dos espanhóis seja católica, a maior parte, especialmente os jovens, ignora as doutrinas morais conservadoras em assuntos como sexo antes do casamento, orientação sexual e métodos contraceptivos.[91][92][93][94]
A segunda religião em número de membros é a muçulmana. Calcula-se que há cerca de 800 000 fiéis, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também um número crescente de igrejas protestantes, que somam cerca de 400 000 fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica 1 200 000, dos quais 400 000 são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano),.[95] Em terceiro lugar vêm as Testemunhas de Jeová com 103 784 fiéis e logo após, com cerca de 20 000 fiéis, o mormonismo. A comunidade judia na Espanha não supera os 15 000 fiéis.
Governo e política
Ver artigo principal: Política da Espanha
A Espanha é uma monarquia parlamentarista, com um monarca hereditário que exerce como Chefe de Estado – o Rei da Espanha, e um parlamento bi-cameral, as Cortes Generales.[96]
O poder executivo é formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe de Governo, e o poder judicial está formado pelo conjunto de Juizados e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei. O poder legislativo se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara baixa, o Congresso dos Deputados, e uma câmara alta, o Senado.[96]
O Congresso dos Deputados é formado por 350 membros eleitos por votação popular, em listas fechadas e através de representação proporcional mediante circunscrições provinciais, para servir em legislaturas de quatro anos. O sistema não é absolutamente proporcional, já que existe um número mínimo de cadeiras por circunscrição (3) e se usa um sistema proporcional levemente corrigido para favorecer as listas majoritárias (o Sistema d'Hondt).[97]
O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas ilhas Baleares e nas ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos.[98]
No dia 2 de junho de 2014, o rei Juan Carlos I renunciou a favor do seu filho, Felipe de Bourbon, foi a primeira vez em mais de 50 anos que um rei abdica do trono na Espanha.[99]
Câmara dos Deputados.
Senado.
Tribunal Supremo da Espanha.
Relações internacionais
Ver artigo principal: Relações internacionais da Espanha
Após o retorno da democracia após a morte de Francisco Franco em 1975, as prioridades da política externa da Espanha foram sair do isolamento diplomático, entrar na Comunidade Europeia e definir relações de segurança com o mundo ocidental. Como membro da OTAN desde 1982, a Espanha se estabeleceu como participante nas atividades multilaterais de segurança internacional. A adesão da Espanha à União Europeia representa uma parte importante da sua política externa, visto que o país prefere coordenar seus esforços com seus parceiros da UE através dos mecanismos de cooperação política europeia. A Espanha manteve suas relações especiais com a América hispânica e as Filipinas. Sua política enfatiza o conceito de uma comunidade ibero-americana, essencialmente a renovação do conceito historicamente liberal de "Hispanismo", que busca ligar a Península Ibérica com a América hispânica através de idioma, comércio, história e cultura.
Reivindicações territoriais
A Espanha reivindica Gibraltar, um território britânico ultramarino de 6 quilômetros quadrados, na parte mais meridional da Península Ibérica. Então uma cidade espanhola, foi conquistado por uma força anglo-holandesa em 1704 durante a Guerra da Sucessão Espanhola em nome do Arquiduque Carlos, pretendente do trono espanhol. A situação jurídica relativa a Gibraltar foi resolvida em 1713 pelo Tratado de Utrecht, no qual a Espanha cedeu o território perpetuamente à Coroa britânica,[100] afirmando que, se os britânicos abandonassem o local, ele seria oferecido à Espanha em primeiro lugar. Desde a década de 1940, a Espanha pediu o retorno de Gibraltar. A esmagadora maioria dos gibraltânicos se opõe fortemente a isso, assim como rejeitam qualquer proposta de soberania compartilhada.[101] As resoluções da ONU apelam ao Reino Unido e à Espanha para chegarem a um acordo sobre o estatuto de Gibraltar.[102][103]
Outra reivindicação da Espanha é sobre as Ilhas Selvagens, uma reivindicação não reconhecida por Portugal. A Espanha afirma que são rochas e não ilhas, alegando que não há águas territoriais portuguesas em torno das ilhas em disputa. Em 5 de julho de 2013, a Espanha enviou uma carta à ONU que expressava esses pontos de vista.[104][105]
Forças armadas
Ver artigo principal: Forças Armadas da Espanha
As forças armadas da Espanha são conhecidas como as Forças Armadas Espanholas (em espanhol: Fuerzas Armadas Españolas). Seu comandante-em-chefe é o rei da Espanha, Felipe VI.[106]
As Forças Armadas espanholas estão divididas em três ramos:[107]
- Exército (Ejército de Tierra)
- Marinha (Armada)
- Força Aérea (Ejército del Aire)
Subdivisões
Ver artigos principais: Comunidades autônomas da Espanha, Províncias da Espanha, Comarcas da Espanha e Municípios da Espanha
Espanha — Comunidades autónomas
Valenciana
La Mancha
e Leão
Basco
Atlântico
Atlântico
Desde a Constituição de 1978 que a Espanha está dividida em 17 comunidades autônomas e as duas cidades autônomas de Ceuta e Melilla, gozando estas de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autônomas, oito delas (Galiza, País Basco, Andaluzia, Ilhas Canárias, Catalunha, Aragão, Comunidade Valenciana e Ilhas Baleares) possuem condição de "Nacionalidades Históricas" reconhecidas na Constituição, juntamente com um "Estatuto de autonomia", o que reverte num maior poder e capacidade de decisão e soberania com respeito às outras comunidades.[108]
As comunidades dividem-se ainda em cinquenta províncias.
Lista das comunidades e cidades autônomas:
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Estado das Autonomias
A Espanha é na atualidade o que se denomina um "Estado de Autonomias", um país formalmente unitário, mas que funciona como uma federação descentralizada de comunidades autônomas, cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o resto da Espanha (as chamadas comunidades autônomas de regime especial: Andaluzia, Ilhas Canárias, Catalunha, Aragão, Comunidade Valenciana, Ilhas Baleares, Galiza e País Basco). Por outro lado, o resto de comunidades autônomas (comunidades autônomas de regime comum) teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior autonomia.[108]
Hoje em dia, a Espanha está considerada como um dos países europeus mais descentralizados, pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspetos do orçamento público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento sem praticamente contar, excetuado em alguns aspetos, com a supervisão do governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas próprias polícias totalmente operativas e completamente autônomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama Policía Foral de Navarra), tanto a polícia da Catalunha (Mossos d'Esquadra) como a polícia do País Basco (Ertzaintza) substituem as funções da Polícia Nacional da Espanha em seus respetivos territórios. Navarra ainda está em processo de transferência de funções.[108]
Movimentos separatistas
Existem na Espanha diversos movimentos políticos de posição separatista, ligados a nacionalismos periféricos, como o nacionalismo basco, o nacionalismo galego, o nacionalismo catalão,[109] que reclamam a independência da Espanha dos territórios em que são ativos. Estes movimentos acontecem na Catalunha, Galiza, Navarra e no País Basco, onde existem partidos explicitamente separatistas como a "União do Povo Galego" (UPG), "Esquerda Republicana da Catalunha", "Aralar", o "Eusko Alkartasuna", assim como os seguidores da chamada "esquerda abertzale" que não se desvinculam do ETA (sua última denominação formal[necessário esclarecer] é Batasuna, partido ilegalizado em Espanha, mas legal em França). Por outro lado, partidos como o "Bloco Nacionalista Galego" (BNG), "Partido Nacionalista Basco" (PNV) e "Convergència i Unió" (CiU) oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.[110]
Economia
Ver artigo principal: Economia da Espanha
A economia mista capitalista da Espanha é a décima segunda maior economia do mundo em PIB (PPC), a nona maior por PIB nominal e a quinta maior na União Europeia, bem como a quarta maior da Zona Euro. O país é também o terceiro maior investidor do mundo.[111]
O governo de centro-direita do ex-primeiro-ministro José María Aznar teve sucesso para ser admitido no grupo de países que lançaram o euro em 1999. A taxa de desemprego situava-se em 7,6% em outubro de 2006, uma taxa que comparavelmente favorável a de muitos outros países europeus e especialmente com o início dos anos 1990 quando se situava em mais de 20%. Os pontos fracos perenes da economia espanhola incluem alta inflação,[112] uma grande economia informal[113] e um sistema educativo que os relatórios da OCDE classificam entre os piores entre os países desenvolvidos, em conjunto com os Estados Unidos e o Reino Unido.[114]
No entanto, a bolha imobiliária que começou a se formar a partir de 1997, alimentada por taxas de juros historicamente baixas e uma onda imensa de imigração, implodiu em 2008 e levou a economia a um rápido enfraquecimento e a um aumento do desemprego. Até o final de maio de 2009, o desemprego atingiu 18,7% (37% para os jovens).[115][116]
Antes da atual crise, a economia espanhola era creditada por ter evitado uma taxa de crescimento virtual zero como alguns de seus maiores parceiros na União Europeia apresentaram.[117] Na verdade, a economia do país criou mais de metade de todos os novos postos de trabalho na União Europeia durante cinco anos até 2005, um processo que está sendo rapidamente revertido.[118] A economia espanhola, até há pouco tempo, era considerada uma das mais dinâmicos da União Europeia, atraindo uma quantidade significativa de investimentos estrangeiros.[119]
O crescimento econômico mais recente foi grandemente beneficiado pelo boom imobiliário mundial, com o setor de construção civil representando surpreendentes 16% do PIB do país e 12% dos empregos no seu último ano.[120]
Segundo cálculos do jornal alemão Die Welt, a Espanha estava a caminho de ultrapassar países como a Alemanha em renda per capita até 2011.[121] No entanto, o PIB per capita da Espanha ainda era inferior à média da União Europeia, que era de US$ 29.875 dólares em 2010, tornando-se o segundo mais baixo da Europa Ocidental, depois do de Portugal.[122] O lado negativo do agora extinto boom imobiliário é também um correspondente aumento nos níveis de endividamento pessoal: o nível médio de endividamento das famílias triplicou em menos de uma década. Isto pôs grande pressão em cima de uma renda mais baixa para os grupos de renda média; até 2005, o nível médio de endividamento em relação a renda havia crescido para 125%, devido principalmente ao boom de hipotecas caras, que hoje muitas vezes excedem o valor da propriedade.[123]
De 1869 a 2002, a moeda da Espanha foi a peseta. O país é um dos membros fundadores do euro, que entrou em circulação em 2002. As moedas de euro espanholas designadas para circulação mostram a efígie do Rei Juan Carlos.
Em 2008/2009, o arrocho do crédito e a recessão mundial manifestaram-se na Espanha através de uma enorme recessão no setor imobiliário. Contudo, os bancos da Espanha e os serviços financeiros evitaram os problemas mais graves dos seus congéneres nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido principalmente a um regime financeiro conservador e regulamentado rigorosamente respeitado. Na verdade, o maior banco da Espanha, o Banco Santander, participou da ajuda do governo do Reino Unido ao setor bancário britânico.[124]
A Comissão Europeia previu que a Espanha iria entrar em recessão econômica até o final de 2008.[125] Segundo o Ministro das Finanças da Espanha, "a Espanha enfrenta a sua pior recessão em meio século".[126]
Turismo
Ver artigo principal: Turismo na Espanha
Durante as últimas quatro décadas, a indústria turística espanhola cresceu e se tornou a segunda maior do mundo, alcançando o valor de cerca de 40 bilhões de euros, cerca de 5% do PIB do país, em 2006.[120][127] Hoje, o clima da Espanha, a história e os monumentos culturais e sua posição geográfica, juntamente com as suas instalações, fazem do turismo uma das principais indústrias nacionais da Espanha e uma grande fonte de emprego estável e de desenvolvimento.[carece de fontes]
Infraestrutura
Energias renováveis
O território espanhol carece de petróleo, o que faz das fontes alternativas de energia um fator estratégico para o país, sendo registrados importantes recordes pela Espanha. Em 2010, os espanhóis superaram os Estados Unidos como líderes mundiais em energia solar, com uma planta de grande potência na estação chamada La Florida, perto de Alvarado, Badajoz.[128][129] Em 2009, mais de 50% da energia produzida em Espanha foi gerada por moinhos de vento e o registro de maior produção total de energia eólica foi alcançado com 11 546 megawatts.[130]
Transportes
O sistema rodoviário espanhol é principalmente centralizado, com seis rodovias que ligam Madrid ao País Basco, Catalunha, Valência, Andaluzia Ocidental, Extremadura e Galiza. Além disso, existem rodovias ao longo das costas do Atlântico (Ferrol a Vigo), Cantabria (Oviedo a São Sebastião) e Mediterrâneo (Girona a Cádiz). A Espanha estabeleceu a meta de colocar um milhão de carros elétricos nas estradas até 2014 como parte do plano do governo para economizar energia e aumentar a eficiência energética.[131] O ex-ministro da Indústria, Miguel Sebastián, disse que "o veículo elétrico é o futuro e o motor de uma revolução industrial".[132]
A Espanha possui a mais extensa rede ferroviária de alta velocidade na Europa e a segunda mais extensa do mundo, depois da China.[133][134] Em outubro de 2010, a o país possuía um total de 3.500 km de trilhos de alta velocidade ligando Málaga, Sevilha, Madrid, Barcelona, Valência e Valladolid, com trens com velocidades até 300 km/h. Em média, o trem de alta velocidade espanhol é o mais rápido do mundo, seguido do trem-bala japonês e do TGV francês.[135] Em relação à pontualidade, é o segundo lugar no mundo (98,54% de chegada no horário) após o japonês Shinkansen (99%).[136] Caso os objetivos do ambicioso programa AVE (trens de alta velocidade espanhóis) sejam atendidos, até 2020, a Espanha terá 7.000 km de trens-bala que ligam quase todas as cidades provinciais a Madrid em menos de três horas e a Barcelona em quatro horas.
Existem 47 aeroportos públicos na Espanha. O mais movimentado é o aeroporto de Madrid (Barajas), com 50 milhões de passageiros em 2016, sendo o 25º aeroporto mais movimentado do mundo, bem como o quarto mais ocupado da União Europeia. O aeroporto de Barcelona (El Prat) também é importante, com 44 milhões de passageiros em 2016, sendo o 33º aeroporto mais movimentado do mundo. Outros principais aeroportos estão localizados em Maiorca (23 milhões de passageiros), Málaga (13 milhões de passageiros), Las Palmas (11 milhões de passageiros), Alicante (10 milhões de passageiros) e menores, com número de passageiros entre 4 e 10 Milhões, como o aeroporto de Tenerife (dois aeroportos), Valência, Sevilha, Bilbao, Ibiza, Lanzarote e Fuerteventura. Além disso, mais de 30 aeroportos com o número de passageiros abaixo de 4 milhões.[137]
Os portos e portos mais importantes são Algeciras, Barcelona, Valência e Bilbao outros: Cádiz, Cartagena, Ceuta, Huelva, La Coruña, Las Palmas, Málaga, Melilla, Gijón, Palma de Maiorca, Sagunto, Santa Cruz de Tenerife, Los Cristianos (Tenerife), Santander, Tarragona, Vigo, Motril, Almería, Sevilha, Castellón de la Plana, Alicante, Pasaia, Avilés e Ferrol.
Saúde
O sistema de saúde da Espanha (Sistema Nacional de Saúde) é considerado um dos melhores do mundo, na 7ª posição no ranking elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).[138] A assistência médica é pública, universal e gratuita para qualquer cidadão espanhol.[139] O gasto total em saúde é de 9,4% do PIB, um pouco acima da média de 9,3% da OCDE.
Educação
A educação estatal na Espanha é gratuita e obrigatória dos 6 aos 16 anos de idade. O sistema educacional atual foi estabelecido pela lei educacional de 2006, a LOE (Ley Orgánica de Educación) ou Lei Orgânica de Educação.[140] Em 2014, a LOE foi parcialmente modificada pela lei LOMCE mais nova e controversa (Ley Orgánica para la Mejora de la Calidad Educativa), ou Lei Orgânicapara a Melhoria do Sistema Educacional, comumente chamada Ley Wert.[141] Desde 1970 a 2014, a Espanha teve sete leis educacionais diferentes (LGE, LOECE, LODE, LOGSE, LOPEG, LOE e LOMCE).[142]
A Institución Libre de Enseñanza foi um projeto educacional que se desenvolveu em Espanha por meio século, de 1876 até 1936, por Francisco Giner de los Ríos e Gumersindo de Azcárate. O instituto inspirou-se na filosofia do krausismo. Concepción Arenal no feminismo e Santiago Ramón y Cajal na neurociência estavam no movimento.[143]
Cultura
Ver artigo principal: Cultura da Espanha
A Espanha é conhecida pelo seu patrimônio cultural diversificado, tendo sido influenciado por muitas nações e povos ao longo de sua história. A cultura espanhola tem suas origens nas culturas ibérica, celta, celtibera, latina, visigótica, católica romana, e islâmica.[carece de fontes]
A definição de uma cultura nacional espanhola tem sido caracterizada pela tensão entre o estado centralizado, dominado nos últimos séculos por Castela, e muitas regiões e povos minoritários. Além disso, a história da nação e de seu ambiente mediterrânico e atlântico desempenharam papéis importantes na formação de sua cultura. Depois da Itália, a Espanha é o país com o maior número de Patrimônios da Humanidade da UNESCO no mundo, com um total de 40.[144]
Artes
Ver artigo principal: Arte na Espanha
Artistas da Espanha têm sido altamente influentes no desenvolvimento de vários movimentos artísticos europeus. Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações, a arte espanhola tem conhecido um grande número de influências.[carece de fontes]
A herança mourisca na Espanha, especialmente na Andaluzia, é ainda hoje evidente em cidades como Córdova, Sevilha e Granada. Influências europeias incluem Itália, Alemanha e França, especialmente durante os períodos barroco e neoclássico.[carece de fontes]
Literatura
Ver artigo principal: Literatura da Espanha
Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações, a literatura espanhola tem passado por um grande número de influências e é muito diversificada. Alguns grandes movimentos literários podem ser identificados dentro dela.
Miguel de Cervantes é provavelmente o autor mais famoso da Espanha, e sua obra Dom Quixote é considerado a obra mais emblemática no cânone da literatura espanhola e um clássico fundador da literatura ocidental.[145]
Música
A música espanhola é muitas vezes considerada exterior como sinônimo de flamenco, um gênero musical do oeste da Andaluzia que, ao contrário da crença popular, não é muito comum fora dessa região. Vários estilos regionais de música folclórica abundam em Aragão, Catalunha, Valência, Castela, País Basco, Galiza e Astúrias. Pop, rock, hip hop e heavy metal também são populares.
No campo da música clássica, a Espanha produziu uma série de compositores notáveis como Isaac Albéniz, Manuel de Falla e Enrique Granados e cantores e artistas como Plácido Domingo, José Carreras, Montserrat Caballé, Alicia de Larrocha, Alfredo Kraus, Pablo Casals, Ricardo Viñes, José Iturbi, Pablo de Sarasate, Jordi Savall e Teresa Berganza. Na Espanha, existem mais de 40 orquestras profissionais, incluindo o Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha, Orquestra Nacional de Espanha e a Orquestra Sinfônica de Madrid. As casas de ópera mais importantes incluem o Teatro Real, o Gran Teatre del Liceu, o Teatro Arriaga, o Palácio Euskalduna e o Palácio das Artes Rainha Sofia.[carece de fontes]
Milhares de fãs de música também viajam para a Espanha a cada ano para o festival de música reconhecido internacionalmente Sónar que muitas vezes apresenta os próximos artistas pop e techno, e Benicàssim, que tende a característica de rock alternativo e atos de dança.[146] Ambos os festivais marcam uma presença internacional de música e refletir o gosto dos jovens no país. O mais popular instrumento musical tradicional, a guitarra, tem origem na Espanha.[147] Típicos do norte são os gaiteros,[desambiguação necessária] principalmente nas Astúrias e Galiza.
Arquitetura
Ver artigo principal: Arquitetura de Espanha
Devido à sua diversidade histórica e geográfica, a arquitetura espanhola tem atraído a partir de uma série de influências. Uma cidade importante da província fundada pelos romanos e com uma infraestrutura extensa da era romana, Córdova se tornou a capital cultural, incluindo uma arquitetura em estilo árabe, feita durante a época do Califado Omíada.[148] A arquitetura de estilo árabe mais tarde continuou a ser desenvolvida sob as sucessivas dinastias islâmicas, terminando com os Nasridas, que construíram seu famoso complexo do palácio em Granada.[carece de fontes]
Simultaneamente, os reinos cristãos gradualmente surgiram e desenvolveram seus próprios estilos, desenvolvendo um estilo pré-românico, quando por um tempo isolado das principais influências arquitetônicas contemporâneas europeias durante o início da Idade Média, que mais tarde integraram os fluxos românico e gótico.[carece de fontes]
Houve então um extraordinário florescimento do estilo gótico, que resultou em inúmeras construções que forma sendo construídas em todo o território. O estilo mudéjar, a partir dos séculos XII a XVII, foi desenvolvido através da introdução de motivos de estilo árabe, padrões e elementos em arquitetura europeia.[carece de fontes]
A chegada do modernismo na área acadêmica produziu grande parte da arquitetura do século XX. Um estilo influente no centro de Barcelona, conhecido como modernismo catalão, produziu uma série de importantes arquitetos, dos quais Gaudí é um deles. O estilo internacional foi liderado por grupos como GATEPAC. A Espanha está atualmente a viver uma revolução na arquitetura contemporânea e arquitetos espanhóis como Rafael Moneo, Santiago Calatrava, Ricardo Bofill, entre outros, ganharam renome mundial.[carece de fontes]
Esportes
Ver artigo principal: Esporte na Espanha
A Volta a Espanha (Vuelta a España ou simplesmente Vuelta) é um dos principais eventos esportivos do país, que junto ao Giro d’Italia e o Tour de France, é uma das três Grandes Voltas do ciclismo mundial. A Vuelta teve sua primeira edição em 1935, porém não houve edições durante a Segunda Guerra Mundial. Teve seu retorno em 1955 até atualmente. Até 2009 foram realizadas 63 edições da Vuelta a España.[carece de fontes]
Os esportes na Espanha são dominados, principalmente, pelo ciclismo, o futebol (desde o século XX), o basquete, o ténis, o andebol, e pelos esportes de motor, principalmente o Motociclismo. A partir dos Jogos Olímpicos de 1992, disputados na cidade de Barcelona, o país entrou na elite mundial em diversos esportes. Tem como maior ídolo no esporte Alberto Contador, da equipe Astana Pro Cycling Team. Contador é vencedor do Tour de France 2007 e 2009, além do Giro d'Italia 2008 e Volta a Espanha também em 2008, entre outras vitórias em voltas. É considerado o melhor ciclista da atualidade, e um dos grandes nomes do esporte de todos os tempos. Em 2010 a Espanha consagrou-se campeã de futebol mundial, tendo vencido a Copa do Mundo na África do Sul e tornou-se a única seleção de futebol a ser campeã do mundo e bicampeã da Europa, tendo vencido os campeonatos europeus de 2008, realizado na Suíça e na Áustria, e 2012, na Polónia e Ucrânia.
Na Espanha se conserva a tradição de realizar diversos espetáculos taurinos, tais como os encierros (corridas nas quais as pessoas correm junto aos touros pelas ruas) e as ‘‘corridas de toros’‘ (touradas), que fazem parte da identidade de numerosas festas populares. As praças de touros com maior relevância na temporada taurina são a de "Las Ventas" em Madrid, a "Monumental" em Pamplona, a "Maestranza" em Sevilha e a de Valência.[carece de fontes]
Meios de comunicação
A televisão é o principal meio de comunicação audiovisual do país, com emissoras nacionais, regionais e locais. As principais emissoras são a La 1, La 2, Antena 3, Cuatro, Telecinco e La Sexta.
Na imprensa, os principais jornais de circulação nacional são El País, El Mundo, ABC, La Razón e La Vanguardia'. Na imprensa esportiva, destacam-se os jornais Marca e As.[carece de fontes]
Feriados
Dia | Nome | Nome em espanhol | Observações |
---|---|---|---|
1 de janeiro | Ano Novo | Año Nuevo | |
6 de janeiro | Epifania | Epifanía | Festa dos Reis Magos |
19 de março | São José | San José | Exceto na Andaluzia, Baleares, Canárias, Catalunha e La Rioja |
Festa móvel | Quinta-Feira Santa | Jueves Santo | Exceto na Catalunha e Valência |
Festa móvel | Sexta-Feira Santa | Viernes Santo | |
1 de maio | Dia do Trabalho | Día del Trabajo | |
25 de julho | Apóstolo Santiago | Santiago Apóstol | Exceto na Andaluzia, Catalunha, Ceuta, Melilha e Navarra. |
15 de agosto | Assunção | Asunción | |
12 de outubro | Dia da Hispanidade Festa da Virgem do Pilar | Día de la Hispanidad Virgen del Pilar | Festa Nacional e Dia das Forças Armadas |
1 de novembro | Dia de Todos-os-Santos | Día de Todos los Santos | |
6 de dezembro | Dia da Constituição | Día de la Constitución | |
8 de dezembro | Imaculada Conceição | Inmaculada Concepción | |
25 de dezembro | Natal | Navidad | |
Notas
↑ ab Em Espanha, outras línguas foram oficialmente reconhecidas como línguas (regionais) autóctones legítimas, ao abrigo da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. Em cada uma delas, o nome oficial do país (castelhano: Reino de España ˈreino ð(e) esˈpaɲa) escreve-se da seguinte forma:
- em aragonês: Reino d’Espanya, AFI ˈreino ðesˈpaɲa
- em asturiano: Reinu d’España, AFI ˈreinu ðesˈpaɲa
- em basco: Espainiako Erresuma, AFI es̺paɲiako eres̺uma
- em catalão: Regne d’Espanya, AFI ˈreŋnə ðəsˈpaɲə
- em valenciano: AFI ˈreŋne ðesˈpaɲa
- em valenciano: AFI ˈreŋne ðesˈpaɲa
- em galego: Reino de España, AFI ˈreino ð(e) esˈpaɲa
- em occitano: Reiaume d’Espanha, AFI reˈjawme ðesˈpaɲɔ
- em aragonês: Reino d’Espanya, AFI ˈreino ðesˈpaɲa
↑ A Constituição Espanhola não estabelece um nome oficial para Espanha, apesar dos termos España (Espanha), Estado español (Estado espanhol) e Nación española (Nação espanhola) serem usados ao longo do documento. Contudo, o Ministérios das Relações Exteriores espanhol estabeleceu, por ordenança publicada em 1984, que as denominações España (Espanha) e Reino de España (Reino de Espanha) fossem igualmente válidas para designar o país em tratados internacionais. Este termo (Reino de Espanha) é comummente usado pelo governo em assuntos internos e externos de todo o tipo, incluindo tratados internacionais bem como documentos oficiais nacionais, e é, desta forma, reconhecido como sendo o nome oficial por muitas organizações internacionais.
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Ligações externas
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Casa Real de Espanha (em castelhano)
Presidência do Governo da Espanha (em castelhano)
Câmara Legislativa da Espanha (em castelhano)
Constituição espanhola (em castelhano)
Instituto Nacional de Estatística (em castelhano)
Anuário Estatístico da Espanha (em castelhano)
Atlas da Espanha (em castelhano)
Estado das represas da Espanha (em castelhano)
Historia da bandeira da Espanha (em castelhano)
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The Economist classificação de países por qualidade de vida (2005) (em inglês) -10º
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Guia de Espanha (em francês)