Plutino
Nota: Não confundir com plutoide.
Em astronomia, um plutino é um objeto transnetuniano em ressonância média de 2:3 com Netuno. A cada duas voltas em torno do Sol que um plutino faz, Netuno faz três. O nome refere-se apenas à ressonância orbital e não implica nenhuma característica física; essa classificação foi inventada para descrever corpos menores que Plutão e que seguem uma órbita parecida. A classe inclui Plutão e suas luas.
Plutinos formam a parte interna do cinturão de Kuiper e representam cerca de um quarto de seus objetos, sendo a maior classe dos transnetunianos ressonantes.
Índice
1 Órbita
1.1 Origem
1.2 Características
2 Objetos mais brilhantes
3 Referências
Órbita |
Origem |
Acredita-se que objetos que estão atualmente em ressonância orbital com Netuno inicialmente seguiam órbitas heliocêntricas independentes. Durante a migração de Netuno no início da história do Sistema Solar, o planeta dispersava os corpos que encontrava; nesse processo, alguns dos corpos foram capturados em ressonância.[1] A ressonância 3:2 é a mais forte e mais estável, por isso que ela contém o maior número de objetos.
Características |
Enquanto a maioria dos plutinos possuem uma baixa inclinação, um número considerável deles seguem órbitas parecidas à de Plutão, com inclinações entre 10° e 25° e excentricidades de 0,2 a 0,25, resultando em um periélio dentro (ou perto) da órbita de Netuno e afélio próximo à borda externa do cinturão de Kuiper (na zona de ressonância 1:2 com Netuno).
Os plutinos possuem períodos orbitais de cerca de 247,3 anos (1,5 vezes o de Netuno), variando no máximo por alguns anos apenas.
Plutinos anormais incluem:
2005 TV189, que segue uma órbita muito inclinada (34,5°)
(15875) 1996 TP66, que tem a órbita mais elíptica (excentricidade de 0,33), com o perélio na metade do caminho entre Urano e Netuno
2007 JH43, que tem um órbita quase circular
2002 VX130, localiza-se quase perfeitamente na eclíptica (inclinação de 1,5°)
Objetos mais brilhantes |
Os 10 plutinos mais brilhantes são:
Nome | Semieixo maior, UA | Perélio, AU | Inclinação, ° | (H) | Diâmetro, km | Massa, 1020 kg | Albedo | V–R | Ano de descoberta | Descobridor |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
90482 Orco | 39,2 | 30,3 | 20,6 | 2,3 | 850 ± 90 | 6,32 ± 0,05 | 0,28 ± 0,06 | 0,37 | 2004 | M. Brown, C. Trujillo, D. Rabinowitz |
(208996) 2003 AZ84 | 39,4 | 32,3 | 13,6 | 3,8 | 910 ± 60 | ~5 | 0,07 ± 0,02 | 0,36 | 2003 | M. Brown, C. Trujillo |
Ixion | 39,7 | 30,1 | 19,6 | 3,8 | 650+250 −220 | ~3 | 0,12+,14 −,06 | 0,61 | 2001 | Deep Ecliptic Survey |
(84922) 2003 VS2 | 39,3 | 36,4 | 14,8 | 4,4 | 725 ± 200 | ~3 | 0,058+,04 −,02 | 0,59 | 2003 | NEAT |
2003 UZ413 | 39,2 | 30,4 | 12,0 | 4,4 | ~600 | ~2 | ? | ? | 2001 | M. Brown, C. Trujillo, D. Rabinowitz |
2002 XV93 | 39,3 | 34,5 | 13,3 | 4,7 | ~ 560 | ~ 1,5 | ~0,09 | 0,37 | 2001 | M.W.Buie |
38628 Huya | 39,4 | 28,5 | 15,5 | 5,2 | 532 ± 25 | ~1 | 0,05+0,005 −0,004 | 0,65 | 2000 | Ignacio Ferrin |
2001 QF298 | 39,3 | 34,9 | 22,4 | 5,3 | ~500 | ~1 | ~0,09 | ? | 2001 | Marc W. Buie |
(47171) 1999 TC36 | 39,3 | 30,6 | 8,4 | 5,4 | 414 ± 38 | 0,1275 ± 0,0006 | 0,07 ± 0,01 | 0,65 | 1999 | E. P. Rubenstein, L.-G. Strolger |
(55638) 2002 VE95 | 39,4 | 30,4 | 16,3 | 5,8 | ~380 | ~0,5 | ~0,09 | 0,71 | 2002 | NEAT |
Referências |
↑ Malhotra The Origin of Pluto's Orbit: Implications for the Solar System Beyond Neptune Astronomical Journal, 110 (1995), p420. Preprint in arXiv