Países Baixos
Nota: Holanda redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Holanda (desambiguação) ou Países Baixos (desambiguação).
Nederland Países Baixos | |
Lema: Ik zal handhaven (neerlandês) Je maintiendrai (francês) "Eu manterei" | |
Hino nacional: Het Wilhelmus "O Guilherme" | |
Gentílico: neerlandês ou holandês[1] | |
Localização dos Países Baixos (em vermelho) No continente europeu (em cinza) Na União Europeia (em branco) Localização do Reino dos Países Baixos, que possui territórios no Caribe. | |
Capital | Amesterdão¹ PT Amsterdã BR 51° 55’ N 5° 34’ E |
Cidade mais populosa | Amesterdão
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Língua oficial | Neerlandês (nacional) Frísio, Inglês e Papiamento (regionais)² |
Governo | Monarquia constitucional |
- Monarca | Guilherme Alexandre[2] |
- Primeiro-ministro | Mark Rutte |
- Vice-primeiro-ministro | Hugo de Jonge Kajsa Ollongren Carola Schouten |
Independência | da Espanha |
- Declarada | 26 de julho de 1581 (437 anos) |
- Reconhecida | 30 de janeiro de 1648 (370 anos) |
Entrada na UE | 25 de março de 1957 (membro co-fundador) |
Área | |
- Total | 41 528 km² (131.º) |
- Água (%) | 18,41 |
Fronteira | Alemanha e Bélgica |
População | |
- Estimativa para 2017 | 17 100 475[3] hab. (66.º) |
- Densidade | 405,6 hab./km² (23.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 798 106 bilhões *[4] (21.º) |
- Per capita | US$ 47 365[4] (8.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 880 394 bilhões *[4] (16.º) |
- Per capita | US$ 52 248[4] (9.º) |
IDH (2017) | 0,931 (10.º) – muito elevado[5] |
Gini (2009) | 30,9 |
Moeda | Euro3 ( EUR ) |
Fuso horário | CET (UTC+1) |
- Verão (DST) | CEST (UTC+2) |
Clima | Temperado Marítimo ou Temperado Oceânico |
Org. internacionais | ONU (OMC), UE |
Cód. ISO | NLD |
Cód. Internet | .nl4 |
Cód. telef. | +31 |
Website governamental | www.regering.nl |
1. A Haia é a sede do governo. 2. O Frísio tem status oficial na Frísia.[6]Limburgio no Limburgo Baixo saxão na Groninga, Frísia, Drente, Overijssel, e Guéldria são línguas oficialmente reconhecidas e protegidas como minoritárias pela Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. Papiamento é reconhecido pelo governo holandês em Bonaire e o Inglês é oficial em Sint Eustatius e Saba.[7] 3. Antes de 2002: Florim neerlandês (Nederlandse gulden). 4. O domínio de topo .eu também é utilizado, compartilhado com outros Estados-membros da União Europeia. |
Os Países Baixos (em neerlandês: Nederland AFI: ˈneːdərˌlɑnt ( ouvir), literalmente "país baixo"), também conhecidos como Holanda[8] (ver abaixo), são uma nação constituinte do Reino dos Países Baixos localizada na Europa ocidental. O país é uma monarquia constitucional parlamentar democrática banhada pelo mar do Norte a norte e a oeste, que faz fronteira com a Bélgica a sul e com a Alemanha a leste. A capital é Amesterdão (português europeu) ou Amsterdã ou Amesterdã (português brasileiro) e a sede do governo é Haia.
Geograficamente, os Países Baixos são um país de baixa altitude, com cerca de 27% de sua área e 60% de sua população situados abaixo do nível do mar.[9][10] Uma significativa parte de seu território foi obtida através da recuperação e preservação de terras através de um elaborado sistema de pôlderes e diques. Grande parte dos Países Baixos é formada por um grande delta, o delta do Reno e Mosa.
Os Países Baixos são um país densamente povoado que é conhecido por seus moinhos de vento, tulipas, tamancos, cerâmica de Delft, queijo gouda, artistas visuais, bicicletas e, além disso, pelos valores tradicionais e virtudes civis, tais como a sua tolerância social, tendo se tornado conhecido por sua política liberal em relação à homossexualidade, drogas, prostituição, eutanásia e aborto. É um dos países com melhor qualidade de vida do mundo, fator pelo qual possui um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano da Europa e do mundo, segmentado em sua forte política de assistência social e direitos considerados essenciais, como educação, saúde e segurança de qualidade, garantidos em nível máximo a seus habitantes. O país possui uma das economias capitalistas mais livres do mundo — 15ª posição entre 177 países de acordo com o Índice de Liberdade Econômica em 2014.[11]
Entre outras afiliações, o país é membro fundador da União Europeia (UE), da OTAN, da OCDE, da OMC e assinou o Protocolo de Quioto. Junto com a Bélgica e com Luxemburgo, o país constitui a União Económica do Benelux. O país é palco de cinco tribunais internacionais: a Corte Permanente de Arbitragem, o Tribunal Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia, o Tribunal Penal Internacional e o Tribunal Especial para o Líbano. Os quatro primeiros estão situados em Haia assim como a sede da agência da UE de informação criminal, a Europol. Isto levou a cidade a ser apelidada de "capital judiciária do mundo".[12]
Índice
1 Etimologia
2 História
2.1 Pré-História, Roma e Idade Média
2.2 Habsburgos, república, dominação francesa e reino
2.3 Reino dos Países Baixos
2.4 Guerras mundiais
2.5 Período contemporâneo
3 Geografia
3.1 Inundações
4 Demografia
4.1 Idiomas
4.2 Religião
5 Política
5.1 Forças Armadas
6 Divisões administrativas
6.1 Províncias
6.2 Municípios especiais
6.3 Países constituintes
7 Economia
8 Cultura
8.1 Sistema de valores holandês
8.2 Gastronomia
8.3 Feriados
9 Ver também
10 Referências
11 Ligações externas
Etimologia |
Ver artigo principal: Holanda (topônimo)
Segundo a embaixada neerlandesa no Brasil, as denominações Países Baixos e Holanda são usadas para descrever o mesmo país.[13] Em sentido estrito, o nome Holanda designa a região formada pelas províncias de Holanda do Norte e Holanda do Sul. Existe ainda a alternativa "Neerlândia",[14] pouco utilizada. O gentílico holandês é o normalmente utilizado para se referir ao povo, à língua e a qualquer coisa que pertença aos Países Baixos, embora mantenha a ambiguidade. "Neerlandês" é o gentílico não-ambíguo, alternativo.
História |
Ver artigo principal: História dos Países Baixos
Pré-História, Roma e Idade Média |
Os Países Baixos têm sido habitados desde a última glaciação; os vestígios mais antigos encontrados têm uma antiguidade de 100 000 anos, quando o país possuía um clima de tundra com uma vegetação muito escassa. Seus primeiros povoadores eram caçadores-coletores.[15] Ao final da Era do Gelo a área passou a ser habitada por vários grupos paleolíticos. Um destes grupos fabricava inclusive canoas (6 500 a.C.)[16] A agricultura chegou por volta do ano de 5 000 a.C. porém somente foi praticada nas planícies do extremo sul do país (Limburgo do Sul). Os coletores-caçadores da cultura Swifterbant estiveram presentes a partir de 5 600 a.C.[17] Eles desenvolveram uma sociedade agrícola entre 4 300-4 000 a.C.[18][19] Os primeiros restos notáveis da Pré-História foram os dólmens que foram encontrados na província de Drente, e foram provavelmente construídos pelas pessoas pertencentes à cultura de Funnelbeaker entre 4 100 e 3 200 a.C.[20]
A primeira evidência do uso de rodas está datada em torno de 2 400 a.C., e provavelmente está relacionada com a cultura Bellbeaker (Klokbeker cultuur).[21] Esta cultura também demonstrou algumas experiências com o uso do cobre. A Idade do Bronze provavelmente começou ao redor de 2 000 a.C. como é o caso da tumba do "Ferreiro de Wageningen".[22] Depois desta descoberta, mais objetos da Idade do Bronze apareceram, como em Epe, Drouwen e principalmente em Drente, que devido a grande quantidade de objetos encontrados como contas de estanho, colares etc. indica-nos que era um centro comercial na época. A riqueza dos Países Baixos na Idade do Ferro pode ser vista na "Tumba do rei de Oss" (datada de 500 a.C.), ali um verdadeiro rei foi enterrado com alguns de seus objetos, como uma espada de ferro com inscritos em ouro, no que é a maior tumba da Europa Ocidental, com 53 metros de largura.[23] Na época da chegada dos romanos, os Países Baixos se encontravam habitados por várias tribos germânicas que haviam se assentado provavelmente em 600 a.C., tal como os frísios. Tribos celtas assentaram-se ao sul.
No século I a.C., os romanos conquistaram a parte sul do país, onde criaram a província da Germânia Inferior. Os romanos foram os primeiros a construir cidades no país, como Utreque, Nimega e Mastrique. Na época da ocupação romana, que se mantém até ao século IV, a região dos Países Baixos era povoada por tribos célticas e germânicas. Os Saxões estabelecem-se a leste dos futuros Países Baixos e os Francos ocuparam os territórios meridionais.
A cristianização só se completa no final do século VIII, com a submissão destes povos a Carlos Magno. A administração carolíngia permite o desenvolvimento da atividade económica, enquanto nasce uma indústria têxtil.
Habsburgos, república, dominação francesa e reino |
Ver artigos principais: República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, República Batava, Reino da Holanda e Pintura do Século de Ouro dos Países Baixos
No reinado de Carlos V
imperador do Sacro Império e rei da Espanha, a região era parte das Dezessete Províncias dos Países Baixos, abrangendo a maior parte do que hoje é a Bélgica. À proclamação da independência (União de Utreque, 1579; abjuração da soberania espanhola, 1581), no reinado de Filipe II, seguiu-se a guerra de independência. A assinatura, sob Filipe IV, do Tratado de Münster pôs fim à Guerra dos Oitenta Anos. O império espanhol reconheceu a República Holandesa dos Países Baixos Unidos, governados pela casa de Orange-Nassau e os Estados Generais, que anteriormente foram uma província do império espanhol. Os Países Baixos tornaram-se assim a primeira nação europeia a assumir uma forma de governo republicana.
Ainda que o novo Estado exercesse autonomia apenas sobre as províncias do norte, a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos desenvolveu-se e tornou-se uma das mais importantes potências navais e econômicas do século XVII. Neste período, conhecido como o Século de Ouro, os Países Baixos estenderam suas redes comerciais por todo o planeta, estabelecendo colônias em lugares tão distantes quanto Java e o nordeste brasileiro (Brasil neerlandês).
Eclipsada pela ascensão britânica durante o século XVIII, a região foi mais tarde incorporada ao império francês sob Napoleão Bonaparte. Após o Congresso de Viena (1815), o Reino Unido dos Países Baixos foi criado, incluindo os atuais Bélgica e Luxemburgo. A Bélgica conseguiu sua independência em 1830; o Luxemburgo, que seguia regras sucessórias distintas, seguiu seu próprio caminho após a morte do rei Guilherme III. Já no século XIX, os Países Baixos industrializaram-se mais lentamente do que os países vizinhos.
Reino dos Países Baixos |
Ver artigos principais: Reino Unido dos Países Baixos, Reino dos Países Baixos e Pintura do Século de Ouro dos Países Baixos
Guilherme I dos Países Baixos, filho do último rei, Guilherme V, Príncipe de Orange, voltou para os Países Baixos em 1813 e tornou-se príncipe soberano da nação. Em 16 de março de 1815, o príncipe soberano tornou-se rei do país. Em 1815, o Congresso de Viena formou o Reino Unido dos Países Baixos, unindo os Países Baixos com a Bélgica com o objetivo de criar um país forte na fronteira norte da França. Além disso, Guilherme V tornou-se herdeiro do Grão-Duque do Luxemburgo. O Congresso de Viena deu Luxemburgo a Guilherme como propriedade particular, em troca de suas possessões alemãs: Ducado de Nassau, Siegen, Hadamar e Diez. A Bélgica rebelou-se e conquistou a independência em 1830, enquanto a união pessoal entre Luxemburgo e os Países Baixos foi rompida em 1890, quando o rei Guilherme III dos Países Baixos morreu sem herdeiros masculinos vivos. As leis de ascendência impediram que a sua filha, a rainha Guilhermina, se tornasse a Grã-Duquesa seguinte. Portanto, o trono de Luxemburgo passou da Casa de Orange-Nassau para a Casa de Nassau-Weilburg, um ramo da Casa de Nassau.
A maior colônia holandesa no exterior foi a Colônia do Cabo. Criada por Jan van Riebeeck em nome da Companhia Holandesa das Índias Orientais na Cidade do Cabo em 1652. O Príncipe de Orange, concordou com a ocupação e controle da Colônia do Cabo pelos britânicos, em 1788. A Holanda também possuía várias outras colônias, mas a colonização holandesa nestas terras foi limitada. As mais notáveis foram as Índias Orientais Holandesas (atual Indonésia) e a Colônia do Suriname (hoje o Suriname). Estas "colônias" foram primeiro administradas pela Companhia Holandesa das Índias Orientais e pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, ambas empresas coletivas privadas. Três séculos mais tarde essas empresas começaram a ter problemas financeiros e os territórios em que operavam foram assumidos pelo governo holandês (em 1815 e 1791, respectivamente). Só então essas áreas se tornaram colônias oficiais.
Durante o período colonial, a Holanda envolveu-se fortemente no comércio de escravos. Os plantadores holandeses dependiam muito de escravos africanos para cultivar café, cacau, cana-de-açúcar e plantações de algodão ao longo dos rios. O tratamento dado aos escravos por seus proprietários era notoriamente ruim e muitos deles fugiam das plantações. A escravidão foi abolida pela Holanda na Guiana Holandesa e Curaçao e Dependências em 1863, mas os escravos não foram totalmente libertos até 1873, depois de um período obrigatório de transição de 10 anos, durante os quais eles eram obrigados a trabalhar nas plantações por um salário mínimo e sem tortura sancionada pelo governo. Assim que se tornaram verdadeiramente livres, a maioria dos escravos abandonou as plantações onde eles tinham sofrido por várias gerações em favor da cidade de Paramaribo.
Durante o século XIX, a Holanda demorou para se industrializar em comparação aos países vizinhos, principalmente por causa da grande complexidade envolvida na modernização da sua infra-estrutura, composta em grande parte por cursos de água, e a grande resistência da sua indústria em relação a energia eólica.
Guerras mundiais |
Embora tenham se mantido neutros durante a Primeira Guerra Mundial, os Países Baixos foram fortemente envolvidos na guerra.[24]Alfred von Schlieffen tinha originalmente planejado invadir os Países Baixos, enquanto avançava pela França, no Plano Schlieffen original. Isso foi alterado por Helmuth von Moltke, o Jovem, a fim de manter a neutralidade neerlandesa. Mais tarde, durante a guerra, a neutralidade neerlandesa provou ser essencial para a sobrevivência alemã, até o bloqueio integrado pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha em 1916, quando a importação de mercadorias através dos Países Baixos já não era possível. No entanto, os neerlandeses foram capazes de manterem-se neutros durante a guerra usando a sua diplomacia e sua capacidade de negociar.[24]
O país pretendia permanecer neutro durante a Segunda Guerra Mundial, embora planos de contingência, envolvendo os exércitos da Bélgica, França e Reino Unido, tenham sido elaborados em caso de agressão alemã. Apesar desta neutralidade, a Alemanha nazista invadiu a Holanda em 10 de maio de 1940 como parte de sua campanha contra as forças aliadas. Forças francesas no sul e navios britânicos a oeste vieram ajudar, mas recuaram rapidamente, evacuando muitos civis e vários milhares de prisioneiros de guerra alemães. O país foi invadido em apenas cinco dias. Apenas após (mas não por conta disso) do Bombardeio de Roterdã, o exército holandês se rendeu em 14 de maio de 1940, apesar de uma força holandesa e francesa controlar a parte ocidental da Zelândia algum tempo após a rendição. O reino continuou na guerra através do Império Colonial Holandês; o governo no exílio residia em Londres.
Durante a ocupação, mais de 100 000 judeus holandeses[25] foram presos e levados para campos de concentração nazistas na Alemanha, na Polônia ocupada e na Tchecoslováquia ocupada pelos alemães. No momento em que estes campos foram libertados, apenas 876 judeus holandeses estavam vivos. Os trabalhadores holandeses eram recrutados para o trabalho forçado em fábricas alemãs, os civis eram mortos em represália por ataques a soldados alemães e a área rural foi saqueada por comida para os soldados alemães na Holanda e para o embarque para a Alemanha. Embora milhares de holandeses tenham arriscado suas vidas por esconder os judeus dos alemães, como contado em O Refúgio Secreto por Corrie ten Boom e em The Heart Has Reasons de Mark Klempner,[26] houve também holandeses que colaboraram com as forças de ocupação na caça aos judeus escondidos.[27]
Período contemporâneo |
Depois da guerra, a economia holandesa prosperou deixando para trás uma era de neutralidade política e estreitou laços como países vizinhos. A Holanda foi um dos membros fundadores do grupo Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), um dos 12 membros fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e estava entre os seis países membros fundadores da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que mais tarde iria evoluir para a Comunidade Econômica Europeia (CEE) até a União Europeia (UE).
Os anos de 1960 e 1970 foram um momento de mudança social e cultural tão grande, como um rápido ontzuiling (literalmente: despilarização), termo que descreve a decadência das velhas divisões ao longo de classes e linhas religiosas. Jovens e estudantes em particular, rejeitaram os costumes tradicionais e impulsionaram uma forte mudança em temas como os direitos das mulheres, a sexualidade, o desarmamento e as questões ambientais. Atualmente, os Países Baixos são classificados como um país liberal, considerando a sua política de drogas e a legalização da eutanásia. Em 1 de abril de 2001, o país se tornou o primeiro do mundo a reconhecer o casamento homossexual.[28]
Em 10 de outubro de 2010, as Antilhas Holandesas, um antigo país do Reino dos Países Baixos no Caribe, foi dissolvida. Referendos foram realizadas em cada ilha das Antilhas entre junho de 2000 e abril de 2005, para determinar o seu estatuto futuro. Como resultado, as ilhas de Bonaire, Santo Eustáquio e Saba alcançaram laços mais estreitos com os Países Baixos. Isto levou à incorporação destas três ilhas ao país como municípios especiais sobre a dissolução das Antilhas Holandesas. Os municípios especiais são conhecidos coletivamente como Países Baixos Caribenhos.[29]
Geografia |
Ver artigo principal: Geografia dos Países Baixos
Um aspecto notável do país é o fato de ser extremamente plano. Aproximadamente metade do território fica a menos de 1 metro acima do nível do mar, e boa parte das terras estão de fato abaixo do nível do mar. O ponto mais baixo, Nieuwerkerk aan den IJssel, perto de Roterdão, localiza-se a um nível de 6,76 m abaixo do nível do mar. O ponto mais alto, Vaalserberg, na fronteira sudeste, localiza-se a uma altitude de 321 m. Muitas áreas baixas estão protegidas por diques e barragens. Partes dos Países Baixos, inclusive quase toda a moderna província da Flevolândia, foram conquistadas ao mar – estas áreas são conhecidas como pôlderes.[30]
O país é cheio de canais e o transporte fluvial torna-se um dos principais meios de exportação e importação. A localização geográfica dos Países Baixos é bastante favorável em relação à Europa. Do aeroporto de Schiphol, em Amesterdã, é possível chegar a Berlim, Londres ou Paris em apenas uma hora de voo. O país é dividido em duas partes principais pelos rios Reno (Rijn), Waal e Mosa (Maas). Há muitos dialetos falados a norte e sul desses grandes rios. Os ventos predominantes no país são de sudoeste, o que causa um clima marítimo moderado, com verões agradáveis e invernos suaves.
Inundações |
Ao longo dos séculos, o litoral holandês mudou consideravelmente como resultado da intervenção humana e de desastres naturais. O mais notável em termos de perda de terra foi a tempestade 1134, que criou o arquipélago da Zelândia, no sudoeste. Em 14 de dezembro de 1287, a inundação de Santa Lúcia afetou os Países Baixos e a Alemanha, matando mais de 50 mil pessoas em uma das inundações mais destrutivas já registradas na história.[31] A última enchente importante nos Países Baixos ocorreu no início de fevereiro de 1953, quando uma grande tempestade causou o colapso de vários diques no sudoeste do país. Mais de 1.800 pessoas morreram afogadas nas inundações que se seguiram. O governo neerlandês decidiu posteriormente em um programa de larga escala de obras públicas (o "Projeto Delta") para proteger o país contra futuras enchentes catastróficas. O projeto levou mais de 30 anos para ser concluído e considerado pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis uma das sete maravilhas do mundo moderno.[32]
A gravidade dos desastres foi parcialmente impulsionada através da influência humana. As pessoas tinham drenado o relativamente alto pântano para usá-lo como fazendas. A drenagem fez com que a fértil turfa fosse comprimida e o nível do solo diminuiu, quando tentaram reduzir o nível de água para compensar a queda no nível do solo, fazendo com que a turfa subjacente fosse ainda mais comprimida. Devido ao alagamento, a agricultura tornou-se uma atividade difícil, o que incentivou o comércio exterior, a consequência disso foi um maior envolvimento dos holandeses nos temas mundiais desde o início do século XIV/XV. O problema permanece insolúvel até hoje. Além disso, até ao século XIX, a turfa seca era extraída e utilizada como combustível, aumentando ainda mais o problema.[33]
Em 1932, o Afsluitdijk (em português: dique de fechamento) foi concluído, bloqueando o Zuiderzee (mar do Sul) do mar do Norte, criando assim o IJsselmeer (Rio Issel). Essas construções tornaram-se parte das Obras Zuiderzee, uma grande obra em que quatro pôlders, totalizando 2.500 quilômetros quadrados, foram subtraídos do mar.[34][35] Além disso, os Países Baixos são um dos países que podem mais sofrer com as mudanças climáticas. Não só pelo aumento do nível do mar, mas também porque os padrões climáticos irregulares podem causar o transbordamento de rios.[36][37][38]
Demografia |
Ver artigo principal: Demografia dos Países Baixos
Os Países Baixos têm uma população estimada em 17 100 475 (fevereiro de 2017).[3] É o 11º país mais populoso da Europa e o 61º país mais populoso do mundo. Entre 1900 e 1950, a população do país quase dobrou, de 5,1 para 10,0 milhões de pessoas. De 1950 a 2000, a população aumentou de 10,0 para 15,9 milhões de pessoas, mas a taxa de crescimento da população foi menor do que a dos 50 anos anteriores.[39]
A taxa de fertilidade nos Países Baixos é de 1,82 filhos por mulher (em 2011), que é alta em comparação com muitos outros países europeus, mas abaixo da taxa de 2,1 filhos por mulher necessária para a reposição natural da população. A expectativa de vida no país é alta, de 83,08 anos para as meninas recém-nascidas e de 78,84 para os meninos (2012). O país tem uma taxa de migração anual de 2,55 migrantes por mil habitantes.
A maioria da população dos Países Baixos é etnicamente holandesa (ou neerlandesa). Uma estimativa de 2005 mostrou que 80,9% da população se considera holandesa, 2,4% indonésia, 2,4% alemã, 2,2% turca, 2,0% surinamesa, 1,9% marroquina, 0,8% das Antilhas e de Aruba, e 7,4% de outras etnias.[40] Os holandeses são as pessoas mais altas do mundo, com uma altura média de 1,81 metros para adultos do sexo masculino e de 1,67 metros para mulheres adultas, em 2009.[41] As pessoas do sul são, em média, cerca de 2 cm mais baixas que as do norte.
Os holandeses ou descendentes de holandeses também são encontrados em comunidades de imigrantes ao redor do mundo, principalmente no Canadá, Austrália, África do Sul e Estados Unidos. De acordo com o censo de 2006 dos Estados Unidos, mais de 5 milhões de americanos declararam ascendência holandesa total ou parcial.[42] Há cerca de 3 milhões de descendentes de holandeses chamados africâneres vivendo na África do Sul.[43] Em 1940, havia 290.000 europeus e eurasiáticos na Indonésia,[44] mas a maioria já deixou o país.[45] De acordo com o Eurostat, em 2010, havia 1,8 milhão de residentes estrangeiros nos Países Baixos, o que corresponde a 11,1% da população total. Destes, 1,4 milhões (8,5%) nasceram fora da União Europeia (UE) e 0,428 milhões (2,6%) nasceram em outro Estado-membro da UE.[46]
Os Países Baixos são o 30.º país mais densamente povoado do mundo, com 395 hab./km, ou 484 habitantes por quilômetro quadrado se apenas a área terrestre for contada. É o oitavo país mais densamente povoado da Europa, com uma densidade populacional de 393 hab./km². A maior aglomeração urbana do país designa-se Randstad e localiza-se no oeste, englobando as quatro maiores cidades: Amesterdã, na província da Holanda do Norte, Roterdã e Haia, na província da Holanda do Sul, e Utreque, na província de Utreque. A Randstad tem uma população de 7 milhões de habitantes e é a sexta maior área metropolitana da Europa.
Cidades mais populosas do Países Baixos [47] | |||||||||||
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Amsterdã/Amesterdão Roterdã/Roterdão | |||||||||||
Posição | Localidade | Províncias | Pop. | Haia Utreque | |||||||
1 | Amsterdã/Amesterdão | Holanda do Norte | 2 788 276 | ||||||||
2 | Roterdã/Roterdão | Holanda do Sul | 1 854 645 | ||||||||
3 | Haia | Holanda do Sul | 850 373 | ||||||||
4 | Utreque | Utrecht | 622 684 | ||||||||
5 | Eindhoven | Brabante do Norte | 612 265 | ||||||||
6 | Tilburgo | Brabante do Norte | 278 065 | ||||||||
7 | Almere | Flevolândia | 199 709 | ||||||||
8 | Groninga | Groninga | 197 338 | ||||||||
9 | Breda | Brabante do Norte | 192 219 | ||||||||
10 | Nimegue | Guéldria | 174 634 |
Idiomas |
Há duas línguas oficiais, ambas germânicas, o neerlandês, usada pela maioria da população, e o frísio; esta só se usa na província setentrional da Frísia, chamada de Fryslân na língua local. Além destas, vários dialetos do baixo-saxão são usados em boa parte do norte e leste, sem reconhecimento oficial.
Nas fronteiras meridionais, os idiomas têm variedades baixo-frâncicas e alemãs, sendo possível que sua melhor classificação seja, em vez de holandês, flamengo ocidental ou alemão.
Os Países Baixos têm uma tradição de aprender línguas estrangeiras, formalizadas nas leis de educação holandesas. Cerca de 90% da população total indicam que podem conversar em inglês, 70% em alemão e 29% em francês.[48] O Inglês é um curso obrigatório em todas as escolas secundárias.[49]
Religião |
Ver artigos principais: Religião nos Países Baixos, Igreja Reformada Neerlandesa e Catolicismo nos Países Baixos
Os Países Baixos são um dos países mais secularizados do Oeste europeu, com 39% de sua população filiada a alguma religião. Ainda assim, menos de vinte por cento frequenta regularmente suas respectivas igrejas.[51] A minoria praticante de alguma religião se divide principalmente entre o catolicismo (18%), mais forte ao sul dos grandes rios e o protestantismo, ao norte (15%). A maior parte destes protestantes pertence à Igreja Reformada Neerlandesa.
A religião nos Países Baixos é geralmente considerada uma questão de foro íntimo, que não deve ser propagada em público.[52][52][53] Historicamente, havia uma nítida divisão entre o norte protestante e o sul católico; porém o desinteresse pela religião cresceu gradualmente durante o século XX, em ambas as regiões, e a tendência continua atualmente.[54] Devido à falta de público, algumas igrejas têm sido transformadas em livrarias, cafés e casas de show.[55]
De acordo com a pesquisa da Eurobarômetro de 2010, 28% dos cidadãos neerlandeses responderam que acreditam existir algum deus; 39% respondeu que acreditam que exista algum tipo de força e 30% que não acreditam que exista nenhum tipo de força superior, deus ou nada espiritual.[56]
Política |
Ver artigo principal: Política dos Países Baixos
Os Países Baixos têm sido uma monarquia constitucional desde 1815 e uma democracia parlamentar desde 1848. A política e governança neerlandesas são caracterizadas pelo esforço em alcançar um amplo consenso sobre questões importantes dentro tanto da comunidade política quanto da sociedade como um todo. Em 2008, a revista The Economist classificou os Países Baixos como o décimo país mais democrático do mundo.
O monarca é o chefe de Estado. O cargo é ocupado desde 30 de abril de 2013 pelo rei Guilherme Alexandre após a abdicação de sua mãe a então rainha Beatriz. Constitucionalmente, a posição é equipada com poderes políticos limitados. O monarca pode exercer alguma influência durante a formação de um novo gabinete, onde serve como árbitro neutro entre os partidos políticos. Além disso, o rei tem o direito de ser informado e consultado. Dependendo da personalidade e das qualidades do rei e dos ministros, o rei pode ter influência além do poder concedido pela Constituição.
Na prática, o poder executivo é formado pelo Conselho de Ministros dos Países Baixos. O gabinete é composto geralmente por 13-16 ministros e um número variável de secretários de Estado. Um a três ministros são ministros sem pasta. O chefe de governo é o primeiro-ministro dos Países Baixos, que muitas vezes é o líder do maior partido da coalizão. Na verdade, esse tem sido sempre o caso desde 1973. O primeiro-ministro é um primus inter pares, ou seja, ele não tem poderes explícitos além dos dos outros ministros. Atualmente, o primeiro-ministro é Mark Rutte.
Embora historicamente a política externa neerlandesa tenha sido caracterizada pela neutralidade, desde a Segunda Guerra Mundial, os Países Baixos tornaram-se membros de um grande número de organizações internacionais, sendo as principais a OTAN, a ONU e a UE.
Os Países Baixos têm uma longa tradição de tolerância social. No século XVIII, mesmo com a Igreja Reformada Holandesa sendo a religião oficial do estado, o catolicismo e o judaísmo eram tolerados. No final do século XIX, essa tradição neerlandesa de tolerância religiosa foi transformada em um sistema de pilarização, em que os grupos religiosos coexistiam separadamente e apenas interagiam a nível de governo. Essa tradição de tolerância está ligada a políticas sobre drogas recreacionais, prostituição, direitos LGBT, eutanásia e aborto, que estão entre as mais liberais do mundo.
Forças Armadas |
Ver artigo principal: Forças Armadas dos Países Baixos
Os Países Baixos possuem um dos exércitos mais antigos da Europa, estabelecido por Maurício de Nassau, no século XVII. Suas forças armadas foram cruciais para a expansão e conservação do Império Holandês. Após ajudar a derrotar Napoleão, no começo do século XIX, o exército neerlandês se tornou uma força de conscritos. Contudo, eles tiveram uma péssima participação na Revolução Belga de 1830. Depois disso, se focou mais em suas colônias pelo mundo e permaneceu neutro durante os conflitos na Europa (ficando de fora, inclusive, da Primeira Guerra Mundial), até que o país foi invadido por tropas nazistas, em maio de 1940. O país foi liberto pelos Aliados em 1945. Em 1948, a Holanda abandonou sua política de neutralidade ao assinar o Tratado de Bruxelas e entrou para a OTAN. Nas décadas seguintes, lutou na Coreia, na Bósnia, no Kosovo, no Iraque e no Afeganistão.
Atualmente, as forças armadas dos Países Baixos estão entre as mais avançadas da região. A conscrição foi abolida oficialmente em 1996 e agora o exército compreende uma força completamente voluntária. No geral, eles possuem 47 mil soldados profissionais no serviço ativo.[57] O ministério da defesa emprega perto de 70 000 pessoas, incluindo mais de 20 000 civis, com um orçamento anual de € 8 bilhões de euros. Em abril de 2013, o governo anunciou um plano de corte de gastos que afetaria as forças armadas, reduzindo a quantidade de oficiais e recrutas, mas, principalmente, limitaria a aquisição de novos equipamentos e iniciaria a aposentadoria de outros.[57]
Divisões administrativas |
Os Países Baixos estão divididos em 12 regiões administrativas, também chamadas províncias; cada uma tem à sua frente um governador, que é chamado "Comissário do Rei" ou "Comissário da Rainha". Todas as províncias, por sua vez, subdividem-se em municípios (gemeenten), que são 403.
O Reino dos Países Baixos possui três territórios países constituintes além dos Países Baixos: são as ilhas de Aruba, St. Maarten e Curaçao, no Caribe. Essas ilhas pertenciam às antigas Antilhas Neerlandesas dissolvidas em 2010. Os três territórios são independentes no que se refere a assuntos internos, mas submetidos ao controle central exercido pelo Reino dos Países Baixos em questões de defesa e assistência mútua. Existem também três "municípios especiais" também no Caribe: Bonaire, Saba e Santo Eustáquio.[58]
Províncias |
Ver artigo principal: Províncias dos Países Baixos
|
Municípios especiais |
Ver artigo principal: Países Baixos Caribenhos
|
Países constituintes |
Ver artigo principal: Reino dos Países Baixos
País | população | área | densidade |
---|---|---|---|
Aruba | 103 065 | 193 | 534 |
Curaçao | 173 400 | 444 | 391 |
São Martinho | 37 429 | 34 | 1 100 |
Economia |
Ver artigo principal: Economia dos Países Baixos
Os Países Baixos têm uma economia muito forte e têm desempenhado um papel especial na economia europeia durante muitos séculos. Desde o século XVI, o transporte, a pesca, o comércio e os bancos têm sido importantes setores da economia neerlandesa. O país é umas das dez maiores nações exportadoras. Gêneros alimentícios formam o maior setor da indústria do país. Outras grandes indústrias incluem produtos químicos, metalurgia, máquinas, elétrica, de mercadorias e turismo. Exemplos incluem (Unilever, Heineken), serviços financeiros (ING), produtos químicos (DSM), refino de petróleo (Shell) e máquinas elétricas (Philips, ASML).
Os Países Baixos têm a 16.ª maior economia do mundo e o sétimo maior PIB (nominal) per capita. Entre 1998 e 2000, obteve um crescimento econômico anual do PIB de, em média, quatro por cento, bem acima da média europeia. O crescimento diminuiu consideravelmente entre 2001-2005, com o abrandamento econômico mundial, mas acelerou para 4,1% no terceiro trimestre de 2007. A inflação é de 1,3% e o desemprego está em quatro por cento da força de trabalho. Pelos padrões do Eurostat, o desemprego nos Países Baixos é de 4,1% (abril 2010), a mais baixa taxa de todos os estados membros da União Europeia.[63] Os Países Baixos também têm um coeficiente de Gini (que mede a desigualdade social) relativamente baixo: 0,326. Apesar de estar sétimo lugar em PIB per capita, a UNICEF classificou o país no primeiro lugar em bem-estar infantil.[64] No Índice de Liberdade Econômica, os Países Baixos são a 13.ª economia capitalista de livre mercado entre os 157 países pesquisados.
Amesterdã é a capital financeira e empresarial dos Países Baixos.[65] A Bolsa de Amesterdã (AEX), parte da Euronext, é a mais antiga bolsa de valores do mundo e é uma das maiores da Europa. Está situada perto da praça Dam, no centro da cidade. Como membro fundador do euro, os Países Baixos substituíram (para fins contabilísticos) a sua antiga moeda, o "Gulden" (florim), em 1 de janeiro de 1999, juntamente com os quinze outros países que adotaram o euro.
A localização dos Países Baixos facilita o acesso aos grandes mercados do Reino Unido e da Alemanha, sendo o porto de Roterdã o maior porto da Europa. Outras partes importantes da economia são: comércio internacional (o colonialismo neerlandês começou com uma cooperativa empresas privadas, como a Companhia Holandesa das Índias Orientais), bancos e transportes. Amesterdã é o quinto destino turístico mais movimentado da Europa, com mais de 4,2 milhões de visitantes internacionais.[66]
O país continua a ser uma das nações europeias líderes em atração de investimento direto estrangeiro e é um dos cinco maiores investidores nos Estados Unidos. A economia neerlandesa experimentou uma desaceleração em 2005, mas em 2006 recuperou para o mais rápido ritmo de crescimento em seis anos, graças ao aumento das exportações e ao forte investimento. O ritmo de crescimento do emprego atingiu o ponto mais alto em 10 anos em 2007. O país foi passou da 11ª posição no Índice de Competitividade Global para a 9.ª posição em 2007.[67]
Um dos maiores campos de gás natural do mundo está situado perto de Slochteren. A exploração desta área resultou em uma receita total de 159 bilhões de euros desde meados dos anos 1970. Com pouco mais de metade das reservas esgotadas e com o aumento contínuo dos preços do petróleo, as receitas mais próximas décadas devem ser menores.[68]
Um setor agrícola altamente mecanizado emprega 4% da força de trabalho do país, mas fornece grandes excedentes para a indústria de processamento de alimentos e para a exportação. Os Países Baixos são o terceiro país em valor de suas exportações agrícolas, atrás dos Estados Unidos e da França, sendo que as exportações lucram cerca de 55 bilhões de dólares anualmente. Uma parcela significativa das exportações agrícolas neerlandesas são derivadas de plantas, flores e bulbos recém-colhidos, sendo que o país responde por dois terços do total de exportações desses produtos no mundo. O país também exporta um quarto de todas as exportações mundiais de tomate. A Holanda também exporta um quinze avos de maçãs do mundo.[69]
Cultura |
Ver artigo principal: Cultura dos Países Baixos
Ver artigos principais: Pintura dos Países Baixos e Pintura flamenga
Os Países Baixos têm tido muitos pintores renomados ao longo dos séculos. Durante o século XVII, quando a república neerlandesa era bem próspera, houve o surgimento de grandes artistas e aquela época ficou conhecida como a era dos mestres neerlandeses, entre eles: Rembrandt van Rijn, Johannes Vermeer, Jan Steen e Jacob van Ruysdael. Grandes pintores dos séculos XIX e XX foram Vincent van Gogh e Piet Mondriaan. M.C. Escher é um artista gráfico também muito conhecido por suas obras. Willem de Kooning nasceu e se aperfeiçoou em Roterdão, embora tenha conquistado sua fama sendo conhecido como um artista estadunidense. Um outro mestre dos Países Baixos é Han van Meegeren.
Na filosofia, o país deu ao Renascimento Erasmo de Roterdão; mais tarde, a tolerância religiosa permitiu que os talentos de Baruch de Espinoza e René Descartes florescessem.
Na Idade de Ouro do século XVII, a literatura neerlandesa também floresceu, com Joost van den Vondel e P. C. Hooft como os nomes mais famosos. No século XIX, Multatuli descreveu o mau tratamento dos nativos na Indonésia uma das colônias neerlandesas. Autores importantes do último século incluem Harry Mulisch, Jan Wolkers, Simon Vestdijk, Cees Nooteboom, Gerard van het Reve e Willem Frederik Hermans. O Diário de Anne Frank também foi escrito nos Países Baixos.
Réplicas de prédios neerlandeses encontram-se na Vila Holandesa, em Nagasaki, Japão. Uma Vila Holandesa similar está sendo construída em Shenyang, na República Popular da China.
Os moinhos de vento, as tulipas, os tamancos de madeira, o queijo (especialmente Edam e Gouda) e a cerâmica de Delft estão entre os principais itens relacionados à cultura dos Países Baixos.
Sistema de valores holandês |
Os holandeses têm um código de etiqueta que governa o comportamento social e é considerado importante. Devido à posição internacional dos Países Baixos, muitos livros foram escritos sobre o assunto. Alguns costumes podem não ser verdade em todas as regiões e nunca são absolutos. Além daqueles específicos para os holandeses, muitos pontos gerais de etiqueta europeia também se aplicam aos holandeses.[70]
A sociedade holandesa é igualitária e moderna. As pessoas tendem a se ver como modestas, independentes e autoconfiantes. Eles valorizam a habilidade sobre a dependência. Os holandeses têm uma aversão ao não essencial.[71] O comportamento ostensivo deve ser evitado. Acumular dinheiro é bom, desde que as pessoas o coloquem de volta no sistema para o bem da sociedade. Um estilo de vida elevado é considerado um desperdício; o voluntariado é incentivado. Os holandeses são orgulhosos de sua herança cultural, rica história em arte e envolvimento em assuntos internacionais.[carece de fontes]
As maneiras holandesas são abertas e diretas com uma atitude sensata; informalidade combinada com a adesão ao comportamento básico. De acordo com uma fonte bem-humorada da cultura holandesa, "Sua franqueza dá a impressão de que eles são rudes e grosseiros - atributos que eles preferem chamar de abertura". Uma fonte bem conhecida e mais séria sobre a etiqueta holandesa é "Dealing with the Dutch" de Jacob Vossestein: "O igualitarismo holandês é a ideia de que as pessoas são iguais, especialmente do ponto de vista moral, e consequentemente, causa a postura um tanto ambígua dos holandeses. para a hierarquia e status"[72]. Como sempre, as maneiras diferem entre os grupos. Perguntar sobre regras básicas não será considerado indelicado. "O que pode parecer-lhe como sendo tópicos descaradamente contundentes e comentários não são mais embaraçosos ou incomuns para os holandeses do que discutir o tempo." Os pesquisadores tendem a concordar que a honestidade holandesa deve ser entendida para reconhecer como o povo da Holanda aceita as diferenças de outras pessoas. Como a sociedade pede a todos que sejam gelukkig ("felizes") acima de qualquer outra coisa, um modo de pensar coletivo surgiu há muito tempo.[carece de fontes]
A Holanda é um dos países mais seculares da Europa, e a religião é na Holanda geralmente considerada como uma questão pessoal que não deve ser propagada em público, embora muitas vezes continue a ser um assunto de discussão. Para 17% da população, a religião é importante e 14% vão à igreja semanalmente.[73]
Gastronomia |
Ver artigo principal: Culinária dos Países Baixos
Feriados |
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
---|---|---|---|
1 de janeiro | Dia de Ano-Novo | Nieuwjaar | |
março/abril | Páscoa | Pasen | Nos Países Baixos, celebram-se a sexta-feira e segunda-feira de Páscoa. |
27 de abril | Dia do Rei | Koningsdag | Celebra o dia de aniversário do rei,[74] sendo antecipado para o dia anterior se coincidir com um domingo (em 2014 o feriado será a 26 de abril). Instaurado originalmente em 31 de agosto de 1885 como o Dia da Princesa ("Prinsessedag") Guilhermina foi posteriormente alterado para Dia da Rainha (Koninginnedag). De 1948 até 2013 era celebrado a 30 de abril, data do aniversário da rainha, e depois rainha-mãe, Juliana, tendo sido mantido pela rainha Beatriz (1980-2013). |
4 de maio | Lembrança dos mortos | Dodenherdenking | Este dia é dedicado à memória dos que morreram durante a Segunda Guerra Mundial. O significado deste feriado tem se expandido, já que também se rememoram as pessoas mortas em missões das Nações Unidas. |
5 de maio | Dia da Libertação | Bevrijdingsdag | Celebração da capitulação alemã na Segunda Guerra Mundial. Feriado nacional só cada cinco anos. Feriado local em Wageningen, cidade onde foi assinada a capitulação. |
Quarenta dias após a Páscoa | Dia da Ascensão | Hemelvaartsdag | |
Sete semanas após a Páscoa | Pentecostes | Pinksteren | Os neerlandeses celebram dois dias de Pentecostes. |
5 de dezembro | Noite de São Nicolau | Sinterklaas | As pessoas trocam presentes nesse dia. |
25 de dezembro, 26 de dezembro | Natal | Kerstmis | Os neerlandeses celebram dois dias de Natal: o primeiro (Eerste Kerstdag) e o segundo (Tweede Kerstdag). Diferente de muitos povos ocidentais, nesses dias não se trocam presentes (apenas no dia de Sinterklaas), focando mais no verdadeiro sentido natalino. |
Ver também |
- Educação nos Países Baixos
- Música dos Países Baixos
Referências
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Ligações externas |
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- Wikinotícias
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