Crônica de Seert




Crônica de Seert, também chamada de História Nestoriana, é um texto anônimo historiográfico preservado em árabe com versão original em siríaco que pertente à literatura da Igreja do Oriente. O texto foi preservado parcialmente por um manuscrito em dois volumes, o primeiro pertencente à biblioteca do Patriarcado Da Igreja Católica Caldeia (Moçul até o início do século XX, em seguida, transferida para Bagdá), a segunda encontrada pelo bispo Addai Scher (1867–1915), arcebispo caldeu de Siirt (1902–1915),[1] na biblioteca de sua sede (hoje na Biblioteca Nacional da França, árabe 6653). Os dois volumes não apresentam o nome do autor.


O texto é composto por registros de católico de Ctesifonte, primatas da Igreja do Oriente, acompanhando a história de acontecimentos contemporâneos do Império Sassânida e do Império Bizantino, e da biografia de monges e outras pessoas famosas (incluindo reis persas e imperadores romanos/bizantinos). A primeira parte enfoca o reinado do imperador Valeriano (253–260) até o pontificado de Mar Frabokht (ou Perūkbūkt) em 420; a segunda parte inicia-se no final do pontificado de Mar Babeu (457–484) até o início de Mar Ishoyahb III (649–660), logo após a conquista muçulmana, que também é vista positivamente.


Quanto à data de redação do texto, uma alusão ao califa fatímida Ali Azair que morreu de peste em 1036, pensa-se que seja do século XI. Porém, o bispo Scher observou que esta interpolação, dada a forma como aparece no manuscrito, pode muito bem ser devido a tradução para o árabe de do siríaco original, ou até mesmo um mero copista. De fato, tem sido mostrado que a Crônica de Seert é uma importante fonte da ''Crônica" de Elias de Nísibis, concluída em 1019.[2] Deste último trabalho, Pierre Nautin considerou determinar que o autor da Crônica anônima é Ichodená, metropolita de Baçorá, no século XI. A conservação deste prelado em um livro em siríaco, O Livro da Castidade, uma coleção de 140 notas curtas sobre "todos os pais que fundaram conventos no reino dos persas ou árabe", bem como autores que escreveram sobre a vida monástica.[3] Contudo Abdiso Brika bar, no Catálogo em verso de sua biblioteca, atribui a Ichodená um livro de qlisiasṭiqi, isto é, a história eclesiástica; a Crônica de Seert poderia ser a tradução incompleta deste livro em árabe.



Referências




  1. Fiey 1965, p. 121-142.


  2. Nautin 1974, p. 113-126.


  3. Chabot 1876, p. 225-291.



Bibliografia |



  • Fiey, J. M. (1965). Analecta Bollandiana 83. [S.l.: s.n.] 


  • Nautin, Pierre (1974). Revue de l'histoire des religions. [S.l.: s.n.] 


  • Chabot, J. B. (1896). Mélanges d'archéologie et d'histoire de l'École française de Rome XVI. [S.l.: s.n.] 



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